Sábado – Pense por si

Paula Cordeiro
Paula Cordeiro Especialista em comunicação
09 de janeiro de 2020 às 15:54

Um novo tipo de ansiedade: a eco-ansiedade

Para quem não sabe, todos sofremos de ansiedade. A diferença entre nós é o grau da sua manifestação e, por consequência, o impacto que tem nas nossas vidas.

A ansiedade tem sido proclamada como o mal do século XXI muito embora, na verdade, não seja num mal moderno: sempre existiu, sempre foi desconsiderada e, mesmo, ignorada, outras tantas vezes confundida com qualquer outra pseudo-patologia e, demasiadas vezes, medicada sem que isso significasse que estaria a ser tratada. Para quem não sabe, todos sofremos de ansiedade. A diferença entre nós é o grau da sua manifestação e, por consequência, o impacto que tem nas nossas vidas. Do friozinho na barriga às mãos suadas e, daí, à incapacidade para nos movermos e acharmos (mesmo) que vamos morrer vai um grande passo. As tecnologias modernas e, principalmente, a digitalização dos processos de comunicação vieram, por um lado, contribuir para diminuir a ansiedade social provocada pelo relacionamento com o outro, ao mesmo tempo que escavam o fosso dos que tendem a afundar-se nas suas inseguranças, comparação, validação e medo de exclusão.Um estudo recente sobre comportamentos aditivos mostra claramente o problema que a Internet representa para os mais jovens, sobrepondo-se ao álcool e às drogas, assumindo-se como uma fonte de mal estar emocional. As resoluções para o novo ano mostram uma redução do tempo passado nos media sociais e, se uns mudam a sua atitude, há mesmo quem abdique, a bem da sua sanidade mental: são adolescentes que cresceram online e para quem, os likes, o bullying e a pressão é de tal forma avassaladora que há quem diga que a sua vida seria melhor que os media sociais nunca tivessem sido inventados. Enquanto algumas pessoas se afastam, o Instagram dá um passo em frente, avançando com uma experiência que esconde o número de likes. Para quando, também, esconder o número de seguidores, acabando com aquilo que, afinal, é o sal e a pimenta da coisa: a competição?

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