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Com a devida licença, neste mesmo país que teve dinheiro para tratar as pequeninas, existe uma realidade muitíssimo preocupante relativa às terapêuticas do cancro do ovário que nem sempre são comparticipadas, tal como acontece em quase todos os países da Europa.
Duas gémeas luso-brasileiras chegaram a Portugal para receber Zolgensma. Se este remédio indicado para a atrofia muscular espinhal não é o mais caro do mundo e arredores, andará muito perto. Totalizou quatro milhões de euros. Corria o mês de Outubro de 2019, um período intenso para o Presidente da República; o recém defunto governo de António Costa formava-se e iria tomar posse, Marcelo seria operado, no mês seguinte, a um par de hérnias inguinais quando o Dr. Nuno Rebelo de Sousa, "meu" - seu filho, lhe enviou um email com o objectivo de tentar que as crianças pudessem ser tratadas no Hospital de Santa Maria. A partir desse momento, nasceram contactos entre a Casa Civil, o Dr. Nuno Rebelo de Sousa e o referido hospital. O pai do Dr. Nuno Rebelo de Sousa, que é a primeira figura do estado, não se lembrava destes acontecimentos. É natural. Vida agitada. Agenda cheia. Uma fila de pedidos. As reportagens da TVI reavivaram-lhe a memória, e daí, pronto, chamou jornalistas a Belém, não para nos dar os pastéis típicos da zona, mas para dizer que, de facto, recebeu um email do filho, e que não mexeu, sequer, o dedo no mindinho no assunto e que tratou o Dr. Nuno, não como filho e sim, na qualidade de cidadão qualquer. Não exerceu influência, não interferiu, sequer unha. O Presidente da República sentiu necessidade de explicar e insistir que estava ileso da história. Tão pouco a carta enviada para o chefe de gabinete do primeiro-ministro e uma outra dirigida ao secretário de Estado das Comunidades teve migalha na palavra sobejamente conhecida: cunha. Não se esquivem, não, os demitidos e os que se foram pelo próprio fémur, o que fez António Costa, Marta Temido e o médico que prescreveu, não sabemos claramente, o que sabemos é que o documento oficial revela que o secretário de Estado da Saúde, de então, solicitou ao Hospital de Santa Maria para que a luz verde brilhasse para as consultas das bebés. Faz-se tudo por crianças. Faz-se. Tudo. Não é ironia. Ainda bem que Portugal conseguiu ser útil, independentemente das voltas e reviravoltas.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Trazemos-lhe um guia para aproveitar o melhor do Alentejo litoral. E ainda: um negócio fraudulento com vistos gold que envolveu 10 milhões de euros e uma entrevista ao filósofo José Gil.