Sábado – Pense por si

Maria J. Paixão
Maria J. Paixão Investigadora
31 de março de 2024 às 10:20

O Homem é o lobo do Homem?

A Lei do Restauro da Natureza seria, em abstrato, pouco polémica. Trata-se de uma típica política europeia, moderada e pouco interessante. Não obstante, foi arrastada para o olho do furacão.

Esta semana, a Lei do Restauro da Natureza enfrentou o derradeiro bloqueio: depois de ter sido significativamente amputa para conseguir aprovação no Parlamento Europeu, foi engavetada antes da reunião do Conselho Europeu, antecipando o chumbo praticamente certo depois do recuo da Hungria. A via-sacra que tem sido a aprovação da Lei do Restauro da Natureza é a perfeita ilustração do espírito do tempo. Por um lado, o processo no seio do Parlamento foi marcado pela instabilidade constante, pela sucessão de investidas populistas da direita radical e pela dilaceração dos aspetos progressistas do diploma, em nome de um suposto compromisso estabilizador. Por outro lado, a Lei tornou-se um campo de batalha social em virtude da capitalização das legítimas reivindicações dos agricultores europeus por parte dos partidos da direita radical. Em suma, trata-se de um exemplo perfeito da estratégia da extrema-direita: dividir para reinar, quer no campo político, minando por dentro a democracia institucional, quer no campo social, criando um ambiente de guerra de todos contra todos.

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