Sábado – Pense por si

Ana Bárbara Pedrosa
Ana Bárbara Pedrosa
30 de julho de 2024 às 07:00

Eu não interesso a ninguém

É certo que a rejeição dói a toda a gente, mas fazer da literatura um divã transforma o leitor num psicólogo, numa coisa amorfa, e sobretudo diminui, ao invés de engrandecer, o papel do criador, não só porque abdica do dever e do prazer de criar, mas principalmente porque passa a não ter nada para dar ao leitor além de si mesmo.

Sempre me impressionou o interesse espoletado pelapersonados autores. Um gajo qualquer escreve um livro. Pegando-lhe, o leitor mete-se numa cabeça, que em geral até é outra coisa – outra inventada sem sabor de realidade. Aqui e ali, claro que qualquer autor vai beber qualquer coisa à vida. Será sempre mais fácil descrever uma rua onde se pousou os pés. Mas, a torto e a direito, é normal que a escrita seja uma viagem, uma busca, um voo para parte incerta. Será a coisa mais parecida com a paixão: primeiro, há uma luz que desperta; a seguir, um fogo que incendeia; volvem-se minutos e não há mais nada à nossa volta; e invariavelmente morre. Escrever um romance é sujar e limpar a vida ao mesmo tempo.

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