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Vaticano investiga padre espanhol do Opus Dei por alegados abusos

11 de abril de 2019 às 13:33

Fontes da Opus Dei indicaram que a denúncia foi feita em agosto do ano passado por um jovem que era maior de idade quando os supostos abusos foram cometidos e que não têm prova de que houve outros casos ou menores envolvidos nessas práticas criminosas.

OVaticanoestá a investigar um padre espanhol doOpus Deidepois de uma denúncia de alegados abusos sexuais de estudantes num colégio de Sevilha em 2018.

A Opus Dei confirmou a denúncia à agência espanhola EFE depois de o portal Religion Digital ter publicado que o padre Manuel Cociña alegadamente abusou de vários estudantes naquele colégio de Sevilha durante a confissão.

Fontes da Opus Dei indicaram, na quarta-feira, que a denúncia foi feita em agosto do ano passado por um jovem que era maior de idade quando os supostos abusos foram cometidos - em Sevilha, durante o ano letivo de 2002-2003 - e que não têm prova de que houve outros casos ou menores envolvidos nessas práticas criminosas.

Pouco depois de saber da queixa, ordenou uma "investigação preliminar" em setembro e em outubro, como "medida cautelar", restringiu a atividade pastoral do padre, que proibiu de lidar com crianças.

Segundo a Opus Dei, este dossiê foi enviado à Congregação para a Doutrina da Fé da Santa Sé, "onde se encontra em fase de estudo".

"Queremos expressar a nossa proximidade e apoio ao denunciante, bem como a mais completa rejeição de qualquer abuso e colaboração total para ajudar a curar as feridas", concluiu a Opus Dei.

Também em Espanha, o Supremo Tribunal condenou a 17 anos e sete meses de prisão um ex-pároco de Mengabril (Badajoz) por molestar dois rapazes de 12 anos de idade e ratificou a sentença de quatro anos de prisão aos pais de um deles por terem conhecimento e terem permitido os abusos.

Numa declaração lida pela juíza Ana Ferrer, o tribunal explica que se os pais tivessem agido, teriam impedido abusos.

De acordo com os factos provados pelo Tribunal de Badajoz, em 2013, a família era dependente do pastor "que pagava quase todas as suas despesas, alimentação, vestuário, alojamento e escola, e os procedimentos burocráticos que eles tinham que executar."

O tribunal determinou que os pais estavam "totalmente cientes e que consentiram" tais fatos.

No caso da outra vítima, foi-lhe diagnosticado um distúrbio de aprendizagem e um défice de atenção, tendo o réu abusado da criança aproveitando a situação de superioridade moral que detinha.

O Supremo Tribunal rejeitou na íntegra os recursos dos três condenados. A sentença inclui uma indemnização a ser paga pelo padre de 50.000 euros a uma das crianças e de 10.000 euros a outra.

O bispo de Plasencia (Cáceres) pediu desculpas às duas vítimas de abusos cometidos pela ex- padre de Mengabril e informou que o clérigo foi suspenso do exercício do ministério sacerdotal.

Numa nota de imprensa, o Bispado de Plasencia, a cuja diocese o padre condenado pertence, expressou a sua "total rejeição e mais enérgica condenação pelos atos cometidos".

"Pedimos desculpas às vítimas, a quem oferecemos a nossa ajuda, por este comportamento que lamentamos profundamente", diz.

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