Secções
Entrar

Temer apela ao Congresso que vote alteração de reformas e pensões

25 de dezembro de 2017 às 17:56

Reforma é considerada crucial para manter os défices sob controlo.

O Presidente do Brasil, Michel Temer, apelou novamente ao Congresso para votar o seu controverso projeto que altera as reformas e pensões, durante a sua mensagem de Natal transmitida pelos meios de comunicação brasileiros. No seu discurso, difundido no domingo à noite, Temer argumentou que esta mudança não é "uma questão ideológica ou partidária", mas sim para o futuro do país, para garantir que os pensionistas e reformados "de hoje e de amanhã possam receber as suas reformas".

Michel Temer também se referiu à adopção na Argentina, na terça-feira, da impopular mudança do sistema de reformas e pensões, que levou a confrontos violentos entre manifestantes e polícias em Buenos Aires. Fortemente exigida pelos mercados, criticada pela população, a alteração das pensões e reformas é considerada um dos grandes projectos de Michel Temer desde que chegou ao poder, há mais de um ano, após a destituição da Presidente Dilma Rousseff.

Esta reforma é considerada crucial para manter os défices sob controlo. Em particular, prevê um mínimo de 40 anos de contribuições para uma reforma sem penalizações e eleva a idade mínima de reforma de 62 anos para mulheres e 65 para homens. Mas a maioria do apoio parlamentar está longe de ser alcançada, diante de um Governo enfraquecido pelos escândalos de corrupção que prejudicam directamente o Presidente.

Os parlamentares brasileiros estão relutantes em adoptar uma alteração impopular alguns meses antes das eleições presidenciais, que se realizam em Outubro de 2018. Em meados de Dezembro, o Congresso adiou a votação desta questão para Fevereiro, contra a vontade de Michel Temer. Sem fazer qualquer referência a escândalos, o Presidente brasileiro preferiu, no domingo, destacar o progresso registado na economia em 2017.

A economia líder da América Latina registou um crescimento de 0,6% nos primeiros nove meses de 2017, em relação ao mesmo período de 2016, após dois anos de recessão (o produto interno bruto caiu 3,5% % em 2015 e 3,6% em 2016).

Entretanto, a popularidade do Presidente permanece baixa. Uma pesquisa recente indica que 71% dos brasileiros discordam de sua política. "Nós não adoptamos modelos populistas e não escondemos a realidade", defendeu Temer no domingo, dizendo ainda que "não há motivo para esperar por milagres ou salvadores da pátria". Com 77 anos, Michel Temer confirmou que não vai concorrer às eleições presidenciais do próximo ano.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela