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Tailândia prepara-se para ter terceiro primeiro-ministro em três dias

Lusa 03 de julho de 2025 às 08:04

O novo ministro do Interior, Phumtham Wechayachai, de 71 anos, substitui Suriya Jungrungreangkit, que assumiu o cargo de primeiro-ministro interino após a justiça ter suspendido, na terça-feira, a primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra.

O rei da Tailândia, Maha Vajiralongkorn, dá esta quinta-feira posse ao Governo remodelado, com um novo primeiro-ministro interino no comando, o terceiro em três dias, após nova crise política centrada na dinastia Shinawatra.

AP Photo/Sakchai Lalit

O novo ministro do Interior, Phumtham Wechayachai, de 71 anos, substitui Suriya Jungrungreangkit, que assumiu o cargo de primeiro-ministro interino após a justiça ter suspendido, na terça-feira, a primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra.

Wechayachai, um veterano da política local que participou no movimento estudantil comunista na década de 1970, é considerado um tenente leal de Thaksin Shinawatra. O antigo primeiro-ministro e pai de Paetongtarn Shinawatra é um carismático bilionário, que mudou radicalmente a face da política tailandesa nos anos 2000, com um estilo entre o liberalismo e o autoritarismo, o que lhe valeu tanto a adulação das zonas rurais como o ódio das elites de Banguecoque.

Também na terça-feira, arrancou num tribunal da capital da Tailândia um julgamento em que Thaksin Shinawatra é acusado de difamar a monarquia.

Horas mais tarde, o Tribunal Constitucional da Tailândia suspendeu de funções a filha, Paetongtarn Shinawatra, até à conclusão de um processo judicial, iniciado após a divulgação de uma chamada telefónica com um antigo líder cambojano.

De acordo com um comunicado, os juízes votaram unanimemente para aceitar uma petição, apresentada por cerca de 30 senadores conservadores, que acusam Shinawatra de "grave violação ética".

Em meados de junho, foi divulgada uma conversa com o ex-primeiro-ministro do Camboja e atual presidente do Senado, Hun Sen, em que Paetongtarn Shinawatra questionava o papel de um alto comandante do exército tailandês, no contexto de um conflito fronteiriço entre os dois países.

Apesar das tensões com o Camboja, o cargo de ministro da Defesa, que até hoje estava nas mãos de Phumtham Wechayachai, ficará vago no novo Governo.

Os juízes aprovaram também, por sete votos a favor e dois contra, a suspensão de Shinawatra, que vigorará "até à decisão [final] do Tribunal Constitucional", o que poderá demorar várias semanas ou mesmo meses, segundo o comunicado.

A dirigente vai assumir o cargo de ministra da Cultura no novo Governo, o que lhe permitirá continuar acompanhar os assuntos de Estado.

Em 24 de junho, o rei tinha ratificado uma primeira remodelação ministerial, após o partido Bhumjaithai ter abandonado a coligação governamental, devido à chamada telefónica.

No dia seguinte, o partido anunciou que iria apresentar, hoje, uma moção de censura contra a primeira-ministra no Parlamento.

Shinawatra enfrenta também investigações por parte da agência anticorrupção da Tailândia, que podem levar à sua destituição.

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