Isabel dos Santos exonerada da Sonangol por João Lourenço
A filha do ex-presidente angolano, José Eduardo dos Santos, foi exonerada pelo Presidente de Angola. Carlos Saturnino sucede a Isabel dos Santos. Saiba quem são os novos homens de confiança de João Lourenço.
O Presidente angolano, João Lourenço, exonerou hoje Isabel dos Santos, filha do anterior chefe do Estado, José Eduardo dos Santos, do cargo de presidente do conselho de administração da Sonangol, nomeando para o seu lugar Carlos Saturnino, disse fonte oficial.
A informação foi confirmada à Lusa pela Casa Civil do Presidente da República, dando conta ainda da exoneração de Carlos Saturnino do cargo de secretário de Estado dos Petróleos, para ocupar a liderança da petrolífera estatal. Saturnino foi demitido por Isabel dos Santos em Dezembro de 2016 por acusação de má gestão e de graves desvios financeiros.
O lugar de secretário de Estado dos Petróleos será ocupado por Paulino Jerónimo, presidente da comissão executiva da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), até Setembro. Jerónimo foi exonerado por decreto do anterior presidente, juntamente com outros dois administradores executivos.
A empresária Isabel dos Santos, a filha mais velha de José Eduardo dos Santos, foi nomeada para presidente do conselho de administração da Sonangol, pelo pai, em Junho de 2016, na altura com a tarefa de assegurar a reestruturação da petrolífera estatal angolana.
Além de Isabel dos Santos, o Presidente angolano, "usando dos poderes conferidos pela Constituição da República de Angola, tomou a decisão de exonerar" Eunice Carvalho, Edson dos Santos, Manuel Lino Carvalho Lemos e João Pedro dos Santos dos cargos de administradores executivos, bem como Sarju Raikundalia, até agora administrador não executivo.
Mantêm-se José Gime e André Lelo como administradores não executivos.
A Sonangol é a maior empresa estatal de Angola e uma das maiores petrolíferas de África, fundada em 1976.
As receitas fiscais geradas pela petrolífera angolana Sonangol com a exportação de crude reduziram-se em mais de 30% entre Setembro e Outubro, para 70,7 mil milhões de kwanzas (361 milhões de euros), segundo o Governo.
De acordo com dados do último relatório mensal do Ministério das Finanças sobre receita fiscal petrolífera, compilados hoje pela Lusa, a petrolífera estatal, liderada pela empresária Isabel dos Santos, gerou receitas fiscais em nove das 12 concessões analisados nas contas de Outubro, menos uma concessão face a Setembro.
O melhor registo do ano da Sonangol foi em Janeiro, com 109,3 milhões de kwanzas (558 milhões de euros), mas logo em Fevereiro caiu para mínimos anuais, de 61,7 milhões de kwanzas (315 milhões de euros).
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