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Covid-19: Boris Johnson recusa inquérito a assessor que desrespeitou confinamento

27 de maio de 2020 às 18:28

Cummings admitiu ter conduziu um automóvel mais de 400 quilómetros, apesar de a mulher já apresentar sintomas e de ele recear que também tivesse sido contagiado. Objetivo era estar perto de membros da família para que pudessem tomar do filho de quatro anos se ele e a mulher ficassem incapacitados.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recusou, esta quarta-feira, a abertura de um inquérito interno ao comportamento do seu assessor, acusado de desrespeitar o confinamento decretado para travar a pandemia de covid-19 no Reino Undo.  

"Não estou certo que um inquérito sobre essa matéria seja um bom uso de tempo", afirmou, durante uma audição parlamentar. 

Johnson disse reconhecer que é um "episódio muito frustrante", mas que a sua equipa está a "trabalhar arduamente" nos planos para combater o coronavírus. 

"O melhor que podemos fazer é avançar em frente e focar nos próximos passos", vincou. 

O primeiro-ministro está a ser questionado hoje pela Comissão de Ligação pela primeira vez desde que assumiu o poder em julho do ano passado, depois de ter cancelado duas vezes no outono passado. 

A comissão é composta pelos presidentes de todas as comissões parlamentares, normalmente deputados experientes e representantes de diferentes partidos, e é a única que pode interrogar o chefe do governo. 

O início da sessão centrou-se sobre o assessor do primeiro-ministro Dominic Cummings, que admitiu ter conduziu um automóvel mais de 400 quilómetros até Durham, no norte de Inglaterra, no final de março, apesar de a mulher já apresentar sintomas e de ele recear que também tivesse sido contagiado.

Cummings alegou que queria estar perto de membros da família para que pudessem tomar do filho de quatro anos se ele e a mulher ficassem incapacitados, mas na altura as ordens do governo eram que pessoas com sintomas e o respetivo agregado deveriam permanecer isolados em casa. 

Johnson, que foi hospitalizado com a covid-19 no mês passado, afirmou no fim de semana considerar que Cummings agiu de forma "responsável" e dentro da lei e que "seguiu os instintos de qualquer pai".

Segundo o portal da Internet ConservativeHome, 36 deputados do partido Conservador manifestaram-se publicamente a favor da demissão e o subsecretário da Escócia, Douglas Ross, demitiu-se na terça-feira por discordar com a posição do primeiro-ministro.  

Uma sondagem publicada hoje pelo jornal Daily Mail indica que 66% dos inquiridos considera que Cummings e que deve demitir-se e só 17% são contra. 

Um outro estudo do The Times mostra que a popularidade do governo caiu, com a vantagem do Partido Conservador (44%) sobre o Partido Trabalhista (38%) reduzida em nove pontos percentuais, de 15% para 6%. 

O Reino Unido é atualmente o segundo país com o maior número de mortes, atrás dos EUA, tendo registado 37.048 mortes, segundo o balanço de hoje do Ministério da Saúde. 

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 350 mil mortos e infetou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

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