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Conservadores e social-democratas devem disputar segunda volta das presidenciais na Croácia

22 de dezembro de 2019 às 19:54

Sondagens à boca das urnas indicam que atual presidente e ex-primeiro-ministro devem disputar a segunda volta das presidenciais, agendada para 5 de janeiro.

A atual presidente da Croácia, a conservadora Kolinda Grabar-Kitarovic, e o ex-primeiro-ministro social-democrata Zoran Milanovic deverão disputar a segunda volta das eleições presidenciais, agendada para 5 de janeiro, segundo as sondagens à boca das urnas.

De acordo com as mesmas pesquisas, citadas pela agência espanhola Efe, Milanovic terá ficado em primeiro lugar na primeira volta, realizada hoje, com 29,58% dos votos, à frente da atual chefe de Estado, que obteve 26,38% dos votos.

Sem maioria absoluta, os dois vão disputar a segunda volta dentro de duas semanas.

Em terceiro lugar, com 24,1%, terá ficado Miroslav Skoro, independente apoiado pela direita ultranacionalista.

Os analistas eleitorais alertam que a contagem oficial poderá ser ligeiramente alterada e que as sondagens não incluem os votos a partir do estrangeiro, que representam 4% do censo eleitoral e que costuma beneficiar os candidatos conservadores.

Cerca de 3,8 milhões de croatas foram chamados hoje a eleger o Presidente do país para os próximos cinco anos, num total de onze candidatos.

A confirmar-se o duelo entre Grabar-Kitarovic e Milanovic, os analistas preveem que a atual Presidente, a primeira mulher no cargo, saia vencedora, beneficiando dos eleitores de Skoro.

Durante a campanha, a Presidente competiu com Skoro pelo eleitorado de direita, desvalorizando criminosos de guerra e adotando um discurso muito duro contra a minoria sérvia.

Milanovic manteve um discurso mais conciliador, apelando para uma Croácia tolerante, sem ódio nem corrupção.

A comissão eleitoral começará a publicar os resultados parciais a partir das 20:00 de hoje, mas dados mais definitivos só deverão ser conhecidos a partir das 22:00 (menos uma hora em Lisboa).

A Croácia assumirá a 1 de janeiro, pela primeira vez, a presidência rotativa da União Europeia, bloco a que aderiu em julho de 2013.

Um mandato que se prevê, no mínimo, intenso e desafiador, uma vez que será marcado pela oficialização da saída do Reino Unido (Brexit), agendada atualmente para 31 de janeiro de 2020, pelo arranque das negociações pós-Brexit e pela vontade dos países dos Balcãs Ocidentais em aderirem também ao bloco comunitário.

Entre as metas europeias da Croácia está a entrada no espaço europeu de livre circulação (Espaço Schengen), que já recebeu luz verde da Comissão Europeia em outubro passado, e a adesão à moeda única (euro).

Por todas estas razões, e apesar da função presidencial ser sobretudo protocolar, manter a Presidência é algo tido como muito importante para o executivo liderado pelos conservadores da União Democrática Croata (HDZ, partido de centro-direita que domina a vida política croata desde a independência do país em 1991).

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