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Cerca de 350 mil franceses protestam contra a extrema-direita

Luana Augusto 15 de junho de 2024 às 17:04

Manifestações ocorrem quase uma semana depois do partido Reagrupamento Nacional ter vencido as eleições europeias em França.

Milhares de franceses manifestam-se este sábado por toda a França contra o partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional. Os protestos ocorrem pouco tempo depois do presidente francês, Emmanuel Macron, ter dissolvido o parlamento e convocado eleições.

No passado domingo, 9 de junho, o Reagrupamento Nacional venceu as eleições europeias com 31,37% dos votos, tendo impondo uma pesada derrota ao partido de Macron. A polícia disse que seriam esperadas cerca de 350 mil pessoas nas ruas de França, depois de sindicatos, grupos estudantis e de direitos humanos terem convocado manifestações para se oporem ao partido eurocético de anti-imigração. Citado pela agência de notícias Reuters, as autoridades confirmaram também a mobilização de 21 mil agentes.

Em cidades como Marselha, Toulouse, Lyon e Lille são esperadas pelo menos 150 marchas. Em Paris, onde se esperava a presença de até 100 mil pessoas, os protestos iniciaram-se às 12 horas locais (11h de Lisboa). Teve início na Place de La Republique, a leste da cidade, e passou pela praça da Bastilha e Nation.

Na Place de Republique, a líder sindical de extrema-esquerda da Confederação Geral do Trabalho, Sophie Binet, disse aos repórteres que as manifestações se devem à preocupação com a ascensão do líder do Reagrupamento Nacional a primeiro-ministro.

"Estamos a marchar porque estamos extremamente preocupados que Jordan Bardella possa tornar-se próximo primeiro-ministro... Queremos evitar este desastre", garantiu.

Carol-Ann Juste, uma estudante de 22 anos, que participa pela primeira vez num protesto, à Reuters confessou estar "preocupada, porque as pessoas acreditam nas mentiras deste partido que tem uma herança verdadeiramente racista" – uma referência ao partido Frente Nacional, precursor do Reagrupamento Nacional, cujo líder Jean-Marie Le Pen foi multado por comentários anti-semíticos e xenófobos. "[Quero] lutar para preservar um país de direitos humanos, liberdade e tolerância."

Emmanuel Macron convocou eleições legislativas antecipadas, a serem realizadas em duas voltas: 30 de junho e 7 de julho. A convocação ocorreu depois da sua aliança centrista ter sido derrotada pela extrema-direita na corrida ao Parlamento Europeu.

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