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Amnistia pede libertação de funcionário da ONU

09 de maio de 2017 às 07:26

A Amnistia Internacional considera o sequestro preocupante sobretudo quando está em curso a aplicação do acordo de paz

A Amnistia Internacional (AI) pediu, esta segunda-feira, a libertação imediata de um funcionário da ONU sequestrado por um grupo dissidente das FARC no sudeste da Colômbia, e expressou preocupação relativamente ao silêncio em torno do caso. "A Amnistia Internacional insta à libertação imediata do funcionário das Nações Unidas", diz em comunicado.

O colombiano Harley López, que trabalha para o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês), foi sequestrado na quarta-feira em Barranquillita, no município de Miraflores, em Guaviare, aparentemente pela Primeira Frente das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), grupo que se opõe ao processo de paz com o Governo.

Para a organização de defesa dos direitos humanos, a "ilegal privação de liberdade" de Harley López constitui "uma chamada de atenção para as autoridades colombianas relativamente à necessidade urgente de protecção que milhares de pessoas têm no país".

A AI considera o sequestro preocupante sobretudo quando está em curso a aplicação do acordo de paz, firmado com as FARC em Novembro do ano passado.

Por essa razão, lançou um apelo urgente ao Governo, às FARC e à Missão da ONU na Colômbia "para que exijam a libertação imediata de Harley López, para que se pronunciem, censurando estes factos, e para que tomem medidas que garantam não apenas a libertação do funcionário, mas também que previnam que este tipo de casos voltem a ocorrer".

"O silêncio do Governo e das FARC em relação a este grave incidente e, em geral, à situação crítica da segurança no país preocupa", afirmou a directora para as Américas da Amnistia Internacional, Erika Guevara-Rosas.

Caso não sejam garantidas as condições para a aplicação territorial do acordo de paz, "os resultados podem ser devastadores para as comunidades, organizações sociais e organismos internacionais que acompanham este processo", advertiu a responsável.

Na passada quinta-feira, ao receber, em Bogotá, membros do Conselho de Segurança da ONU que foram ver no terreno a aplicação do acordo de paz, o Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, assegurou que uma delegação se deslocou ao local para facilitar a libertação de López.

No domingo, o alto conselheiro presidencial para o pós-conflito, Rafael Pardo, afirmou que o Governo esperava dessa comissão boas notícias sobre o funcionário da ONU, mas que, de momento, não se sabe mais nada sobre o caso.

Após assinalar que o acordo de paz "pode constituir uma oportunidade valiosa para a Colômbia", a Amnistia Internacional observa "com preocupação" o "recrudescimento de graves violações de direitos humanos que afetam comunidades historicamente vitimizadas no âmbito do conflito armado e que podem pôr em xeque a construção da paz" no país.

"Os sequestros, deslocamentos colectivos, confinamento de comunidades [e] homicídios de pessoas que defendem os direitos humanos com os quais vivem inúmeras comunidades na Colômbia não devem ser escondidos debaixo da bandeira do acordo de paz", sublinhou a AI.

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