O Teatro Nacional São João (TNSJ) lançou esta segunda-feira um concurso público internacional para escolher o sucessor de Nuno Cardoso, cujo mandato como diretor artístico termina a 31 de dezembro.
As candidaturas para selecionar a nova direção artística para o período 2025-2028 estão abertas até ao dia 13 de novembro, sendo selecionados, no máximo, cinco candidatos para posterior entrevista, lê-se num comunicado.
Das orientações estratégicas definidas para aquele quadriénio, destaca-se a valorização da produção própria, a divulgação dos repertórios e o estímulo às novas escritas, a ênfase na formação e na direção de atores, o aprofundamento da responsabilidade social da instituição, a ampliação do raio de ação nacional, o desenvolvimento da vocação internacional e a afirmação de um polo de conhecimento e pensamento.
De acordo com as alterações aos estatutos dos teatros nacionais, introduzidas em 2023, o mandato da nova direção artística terá a duração de quatro anos, com a possibilidade de duas renovações, por iguais períodos, e a sua designação pela Ministra da Cultura passa a ser precedida de um concurso internacional.
O júri do concurso, designado pela Ministra da Cultura, é composto por Pedro Sobrado, presidente do Conselho de Administração do TNSJ e presidente do júri; Cláudia Leite, vogal do Conselho de Administração do TNSJ; Alexandra Moreira da Silva, professora na Universidade Sorbonne Nouvelle -- Paris III, investigadora teatral e tradutora; Luísa Costa Gomes, contista, romancista, dramaturga e tradutora; e Salvador Santos, produtor e gestor cultural, tendo sido diretor de Produção do Teatro Nacional D. Maria II e do TNSJ e vogal do conselho de administração do TNSJ entre 2007 e 2015.
Nuno Cardoso assumiu a direção artística do TNSJ em janeiro de 2019 -- sucedendo no cargo a Nuno Carinhas (2009-2018) -- tendo sido reconduzido em julho de 2022 para o triénio de 2022-2024.
No TNSJ, o encenador e ator Nuno Cardoso dirigiu, nos últimos anos, peças como A Morte de Danton, de Georg Büchner, Bella Figura, de Yasmina Reza, Castro, de António Ferreira, O Balcão, de Jean Genet, Espectros, de Henrik Ibsen, Lear, de Shakespeare, e Ensaio Sobre a Cegueira, a partir de José Saramago, além produções próprias como Achadiço.
Antes, Nuno Cardoso já levara aos palcos do TNSJ peças como O Despertar da Primavera, de Wedekind, Woyzeck, de Büchner, e Platónov, de Tchékhov.
Durante a sua direção artística, que coincidiu com o centenário do TNSJ e o encerramento para obras, em 2021, além da pandemia de covid-19, o teatro acolheu igualmente outros encenadores e companhias, como os antigos diretores Ricardo Pais e Nuno Carinhas, e produções como Kastrokriola, do dramaturgo cabo-verdiano Caplan Neves.
Em 2022, na sequência da invasão militar da Ucrânia e da crise humanitária daí decorrente, o TNSJ lançou o projeto Ucrânia - Palco Livre, que em maio concedeu bolsas a sete artistas ucranianos refugiados em Portugal.
Em 2016, Nuno Cardoso recebeu o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), na categoria de melhor espetáculo, pela encenação de Demónios, de Lars Norén.