Morreu o compositor e produtor musical Quincy Jones, aos 91 anos. A morte do produtor foi confirmada pelo seu agente, Arnold Robinson, informando que o norte-americano morreu em casa, rodeado de família. Ao longo da sua carreira de mais de 60 anos, Quincy Jones trabalhou com alguns dos maiores artistas musicais do século XX, incluindo Miles Davis, Michael Jackson, Ray Charles ou Aretha Frankin.
"Esta noite, de corações pesados, partilhamos a notícia de que o nosso pai e irmão Quincy Jones faleceu", pode ler-se num comunicado emitido pela família do músico. "Apesar da enorme perda para a nossa família, celebramos a grande vida que ele teve, sabendo que nunca mais vai haver ninguém assim", continua,
Jones produziu Thriller, de Michal Jackson - o álbum mais vendido de sempre -, sendo também responsável por alguns dos arranjos musicais mais marcantes do disco. Mas foi também o produtor de Off the Wall (1979) e Bad (1986), os outros dois discos marcantes da cultura pop. Jones foi instrumental na evolução musical de Jackson que estva a ter dificuldades em livrar-se da imagem da estrela infantil que gravava canções pop ligeiras com os seus irmãos.
É quase possível fazer uma historiografia da música da segunda metade do século XX através da discografia de Quincy. Tocou na banda que apoiou Elvis Presley nas suas primeiras aparições televisivas; andou em digressão com a banda de Lionel Hampton e com a bande de Dizzy Gillespie; foi maestro para a banda de Miles Davis (inlcuindo na sua última atuação ao vivo, em 1991); fez arranjos para Ella Fitzgerald, Sara Vaughan e Sammy Davis Jr. Em 1958 começou a trabalhar com Sinatra. Os dois mantiveram uma relação profícua até ao último disco do cantor. Entre os discos de Sinatra, Jones encontrou ainda tempo para servir de líder das bandas de CHarles Mingus ou Art Pepper.
Mas a sua carreira inclui ainda dezenas de bandas-sonoras originais incluindo A Cor Púrpura, de Steven Spielberg. Par televisão compôs a banda-sonora the The Bill Cosby Show e Roots.
Jones era um multi-insturmentalista, mas a sua formação inicial foi com a bateria e trompete (há uma cena no filme Ray, uma biografia de Ray Charles, em que o pianista cego o desafia a melhorar neste instrumento de sopro), bem como piano.
Mas não foi só na música que Quincy Jones teve sucesso. Na década de 90 lançou uma empresa de audiovisuais e obteve grande sucesso com a comédia The Fresh Prince of Bel-Air (O Príncipe de Bel-Air), com Will Smith.
Durante a sua carreira, Jones venceu 28 Grammys, tendo sido nomeado 80 vezes, sendo o terceiro músico mais nomeado da história. Só Beyoncé e Jay-Z têm mais nomeações do que o produtor.
As suas relações com raparigas mais novas foi alvo de várias críticas ao longo dos anos, chegando a manter uma relação com uma designer de 17 anos quando tinha 73. Deixou sete filhos.