Morreu o músico brasileiro Jards Macalé, aos 82 anos. As causas da morte não foram divulgadas, mas de acordo com o portal brasileiro 'g1', o artista estava internado num hospital do Rio de Janeiro devido a um enfisema pulmonar e terá sofrido uma paragem cardíaca.
"Jards Macalé deixou-nos hoje. Chegou a acordar de uma cirurgia a cantar o 'Meu Nome é Gal', com toda a energia e bom humor que sempre teve. Cante, cante, cante. É assim que sempre lembraremos o nosso mestre, professor e farol de liberdade. Agradecemos, desde já, o carinho, o amor e a admiração de todos. Em breve informaremos detalhes sobre o funeral. 'Nessa soma de todas as coisas, o que sobra é a arte. Eu não quero mais ser moderno, quero ser eterno'", pode ler-se na mensagem publicada na rede social.
Caetano Veloso reagiu à morte de Macalé que foi diretor musical e guitarrista no icónico disco de 1972 Transa. "Sem Macalé não haveria Transa. Estou a chorar porque ele morreu hoje. Foi o meu primeiro amigo carioca da música", escreveu. No disco, Macalé tem um momento explosivo na guitarra, incentivado por Caetano, e que introduziu o músico a toda uma geração de adeptos de música brasileira. Na canção "Nine out of ten”, Caetano lança um incentivo: "Bora, Macau" e entra Jards com um solo no "violão" que destoa do resto da canção ao mesmo tempo que a sublima.
Jards Macalé nasceu no Rio de Janeiro em março de 1943, no bairro da Tijuca. Filho de uma cantora e de um acordeonista, Macalaé estudou música ainda na infância e durante a juventude tocou com Gal Costa, Maria Bethânia e Clara Nunes, além de se lançar a solo.
Macalé teve dois discos nomeados para os Grammy Latinos.
Besta Fera, em 2019 e
Síntese do Lance, em 2021.
O Ministério da Cultura do Brasil manifestou também "profundo pesar" pela morte de Macalé, um "artista fundamental para a música brasileira e figura incontornável da vanguarda cultural do país" que "ao longo de mais de cinco décadas de trajetória, transitou por géneros, linguagens e movimentos, colaborou com alguns dos maiores nomes da cultura nacional e deu ao público canções que atravessaram o tempo, sempre preservando a sua integridade estética e sua postura crítica".