Sábado – Pense por si

Rui Cardoso Martins vence Grande Prémio Associação Portuguesa de Escritores

O livro de crónicas do jornalista Levante-se o Réu Outra Vez foi publicado em 2016 pela Tinta-da-China

Capa da Sábado Edição 26 de agosto a 1 de setembro
Leia a revista
Em versão ePaper
Ler agora
Edição de 26 de agosto a 1 de setembro
05 de maio de 2017 às 16:01

O livroLevante-se o Réu Outra Vez, de Rui Cardoso Martins, venceu o Grande Prémio Associação Portuguesa de Escritores/Câmara de Loulé - Crónica e Dispersos Literários, no valor pecuniário de 10.000 euros, foi divulgado esta sexta-feira.

O livro, editado pela Tinta-da-China em Maio do ano passado, "foi escolhido pelo júri pela capacidade original de definir, em poucos traços, personagens e situações que se constituem como parábolas da natureza humana, denunciando um olhar cúmplice e afectivo no espaço inesperado de um tribunal", segundo a ata, divulgada pela Associação Portuguesa de Escritores (APE), em comunicado.

Segundo informação da editora, ao longo de 20 anos, Rui Cardoso Martins assistiu a mais de 700 casos de justiça em sessões públicas de tribunal. "Depois, fixou-os num registo literário de efeitos ora cómicos, ora comoventes, sempre com uma capacidade notável para captar com empatia a justiça e a injustiça, o chocante e o caricato".

Este é o segundo volume sobre esta temática, no qual reuniu "cem das melhores crónicas" que publicou no diário Público, do qual foi jornalista e cronista desde a sua fundação, em 1989 até 2015.

Rui Cardoso Martins, de 50 anos, é autor, entre outros, dos romancesE se Eu Gostasse Muito de Morrer (2006),Deixem Passar o Homem Invisível, com qual venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da APE, em 2010,Era para os Outros eO Osso da Borboleta.

O primeiro volume,Levante-se o Réu, foi publicado pelo diário Público e reeditado em 2015 também pela Tinta-da-China.

António Lobo Antunes assina o prefácio do segundo volume, agora premiado, no qual se lê: "António Lobo Antunes: Escreve o quê, esse? [...] José Cardoso Pires: Coisas acerca de tribunais, tão bem cozinhadas, que nem se dá pelo fogão aceso. Um cabrão. O que, nele, correspondia a um alto elogio. Por exemplo Proust era um cabrão, Saramago era Saramago só, sem direito a título. E depois alargou-se um pouco acerca da forma como o tal Rui Cardoso Martins calibrava a prosa, [...] da naturalidade com que o humor circulava nas veias dos parágrafos [...], tocando-lhe sem lhe tocar, porque não é preciso mexer nas pessoas para gostar delas, nem mudar-lhes os traços e os gestos para as amarmos".

O júri foi constituído por Carlos Albino Guerreiro, Isabel Cristina Mateus e Luísa Mellid-Franco que escolheu a obra de Cardoso Martins "por unanimidade".

Este é a 2.ª edição da Grande Prémio de Literatura--Crónica e Dispersos Literários, instituído pela APE, com o patrocínio da Câmara de Loulé, à qual concorreram, "a título excepcional", obras saídas nos anos de 2015 e 2016.

A 1.ª edição foi ganha por José Tolentino de Mendonça, com a obraQue Coisas São as Nuvens, que reúne textos publicados no semanário Expresso.

A cerimónia de entrega do prémio realiza-se no próximo dia 25 de Maio, dia do concelho de Loulé, pelas 12h00, no salão nobre dos Paços do Concelho da cidade.

A Newsletter Na Revista no seu e-mail
Conheça em primeira mão os destaques da revista que irá sair em banca. (Enviada semanalmente)