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Helder Macedo vence Grande Prémio da Crónica com "Pretextos"

O livro foi publicado no ano passado pela Editorial Caminho e serviu para Macedo dissertar sobre "interesses, escritores e pintores, amigos vivos e mortos".

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Edição de 5 a 11 de agosto
Lusa 20 de maio de 2025 às 12:45
Vítor Mota

O livro Pretextos, de Helder Macedo, foi distinguido com o Grande Prémio da Crónica e Dispersos Literários, anunciou esta terça-feira a Associação Portuguesa de Escritores, que o atribui com patrocínio da Câmara Municipal de Loulé.

"Nos textos agora reunidos em volume, Helder Macedo parece querer brincar com o género e com o leitor. O khronos aqui é outro, não já o do instante, mas o da duração, porque Pretextos não são senão pretextos para ir mais além do que o que é dito, no momento volátil da escrita, numa teia de relações e de sentidos, porque há um eco que o que se lê difunde, ficando em nós, porque à originalidade e acutilância dos pontos de vista se junta o apelo velado à reflexão, à pausa de quem atenta e pensa", fundamentou o júri, na ata divulgada através de comunicado.

A justificação do júri -- composto por Carlos Albino Guerreiro, Cristina Robalo Cordeiro e Francisco Duarte Mangas - prossegue: Pretextos "é um excelente exemplo de como o espetáculo do mundo precisa sobretudo, para chegar a nós e nos tocar, de um cronista exemplar".

O Grande Prémio da Crónica e Dispersos Literários tem o valor de 15 mil euros e vai ser entregue no dia 29 de maio.

Pretextos foi editado pela Caminho em fevereiro do ano passado e é descrito pelo autor como sendo composto por uma maioria de "pretextos para falar de escritores e de pintores, celebrar amigos vivos e mortos (pois é, ultimamente temos morrido muito), partilhar interesses: literatura, teatro, ópera, política, futebol e, como noutros tempos se dizia nos anúncios do circo no Coliseu dos Recreios, o mais que adiante se verá".

Professor universitário e escritor, Helder Macedo nasceu em 1935, na África do Sul, e cresceu em Moçambique antes de se mudar para Lisboa.

Perseguido pela polícia política PIDE durante o Estado Novo, exilou-se em Londres, onde se doutorou no King's College, instituição que o acolheu como professor durante décadas.

Foi diretor-geral das Artes do Espetáculo e secretário de Estado da Cultura.

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