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Do bagaço em Portugal à Casa Branca, as muitas vidas de Dylan

Recusou o papel de porta-voz, apresentou os Beatles à marijuana, converteu-se ao cristianismo e desrespeitou o protocolo na Casa Branca. Hoje ganhou o Nobel

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Filipe Garcia , Gonçalo Correia 13 de outubro de 2016 às 19:50
Bob Dylan
Bob Dylan

O remorso morde até ao primeiro músico a merecer um Nobel da Literatura. E em 1976, enquanto escrevia as canções para Desire, Dylan vivia entre o remorso da traição e as saudades da mulher, Sara, com quem em 1965 passara férias em Portugal. Na música, baptizada com o nome da mulher, lembrou o momento em que estava "deitado nas dunas" ao sol, com os "filhos ainda bebés" a correr na praia a "encher os baldes de água" e a deixar "cair conchas das mãos". Também recordou as noites passadas "à lareira num bosque" e a "beber rum branco num bar em Portugal" enquanto os filhos saltavam ao eixo e ouviam a história da branca de neve. Mesmo assim, não correu bem. Sara ainda se reaproximou, em estúdio ouviu a música em primeira mão e até assistiu a alguns concertos da digressão que se seguiu. Na estrada, Dylan evitou alguns temas do disco anterior – Blood on the Tracks – em que a relação era tratada num tom bem menos saudoso, mas Sara não se deixou comover e no ano seguinte avançou com o pedido de divórcio – oficializado em Março de 77 a troco de 36 milhões de euros.

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