O Ministério da Cultura quer esclarecer as declarações do presidente do Museu Nacional de Arte Antiga sobre a situação do MNAA e António Filipe Pimentel vai ser chamado a despacho para prestar os esclarecimentos necessários. "Estranhei agora estas suas declarações, porque o director do MNAA conhece bem as dificuldades e os constrangimentos não apenas deste como dos museus portugueses em geral. Por isso não entendo o alarmismo que ele manifestou agora numa reunião partidária do CDS", disse Castro Mendes ao Público, a quem revelou ter tido uma normal reunião de trabalho na semana passada.
O ministro de António Costa ressalvou ainda aquilo que considera ser as responsabilidades de Pimentel como sub-director do Património (cargo inerente ao de director do museu), que o leva a ter noção das dificuldades sentidas por estes espaços culturais.
À Lusa, António Filipe Pimentel esclareceu o que quis dizer durante a na Escola de Quadros do CDS-PP, em Peniche, assegurando que se referia a falta de recursos humanos, mas usando palavras diferentes, "num contexto de sala de aula".
"Foi um alerta para questões pendentes de salvaguarda do património", explicou, lembrando que o MNAA está "num processo de rejuvenescimento contínuo", mas com um quadro de recursos humanos "esticado ao limite" por constrangimentos históricos e crónicos e agravados com a actual crise.
O director salientou a sua preocupação com a segurança do património exposto, mas disse acreditar que o assunto será resolvido "atempadamente", e negou que estivesse "a fazer passar uma mensagem", por não ser o seu estilo nem fazer sentido.
"Angustia-me a segurança do acervo, como me angustia ter de fechar espaços [por falta de profissionais para garantir a segurança], quando temos cada vez mais visitantes", disse.