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Crítica de Música: The Parkinsons

O Punk ficou para trás

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Crítica de Música: The Parkinsons
Markus Almeida 11 de maio de 2018 às 17:00

Na ressaca da britpop, na viragem do milénio, os portugueses The Parkinsons surgiram em Londres como uma lufada de ar fresco. A energia electrizante das suas actuações ao vivo - 200 por cento punk da ponta dos cabelos à unhas dos pés - levaram a imprensa britânica a considerá-los (por pouco tempo, é certo) herdeiros legítimos dos Sex Pistols e do espírito de 1977. É por isso irónico que The Shape of Nothing to Come deva mais aos Blur da primeira metade dos anos 90 do que a 1977. E quando não canta como Damon Albarn, Afonso Pinto engrossa a voz como Joe Strummer. The Shape of Nothing To Come ouve-se como uma playlist de Spotify de alguém que gosta muito dos The Clash e que não enjeita os refrões orelhudo da britpop - os algoritmos que comandam as nossas vidas digitais estudam os nossos hábitos, aprendem os nossos gostos e servem-nos coisas de que iremos gostar. O novo álbum dos The Parkinsons, o quinto em 18 anos de punk, soa a isso - há teclas, composições mais elaboradas e ideias que vão além dos três acordes do punk. Que é o mesmo que dizer que soa diferente de tudo o que eles fizeram até à data. O que não é necessariamente mau, mas também não é certo que seja bom. Confuso? Depende: se for bom sentir que uma canção soa parecida com outra, anterior, de que se gosta, então The Shape of Nothing to Come é candidato a álbum do ano. Se não, é para passar à frente.

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