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Crítica de artes plásticas: João Pedro Vale & Nuno Alexandre Ferreira

"Aqui, através de objectos (redondel de cabinas e calças cortadas), falam da homossexualidade no Estado Novo, logo desde o título", escreve Carlos Vidal na sua crítica

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Carlos Vidal 10 de setembro de 2018 às 10:31

A presente instalação - política, ou de "política sexual",A mão na coisa, a coisa na boca, a boca na coisa, a coisa na mão- é assinada por João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira, que se apresentam em dupla, em espaços galerísticos ou tentando o cinema, de 2004. Vale integra a geração de finais de 90, com Onofre, Leonor Antunes ou Filipa César, ligados a temáticas como o espaço, a percepção, o corpo, o desejo - distinguindo-se dos artistas da primeira metade da década, mais ligados à ideia de sociedade ou a Guy Debord. Como nesta exposição, no seu trabalho identidade nacional e sexual misturam-se (filme Festa Brava), alargando-se, já com Ferreira, ao desastre ecológico (Barco Negro, 2004). Aqui, através de objectos (redondel de cabinas e calças cortadas), falam da homossexualidade no Estado Novo, logo desde o título. Um edital dos anos 50 multava práticas como "aquilo atrás daquilo" ou "aquilo na mão", com valores desde 2$50 a 100$00. Ironia real.

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