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Crítica de cinema: Paris, Texas

O clássico de Wim Wenders regressa às salas 33 anos depois

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Edição de 5 a 11 de agosto
Crítica de cinema: Paris, Texas
Pedro Marta Santos 21 de fevereiro de 2017 às 18:35

Um homem regressa do deserto para o início da civilização. Travis tem o rosto derrotado, arqueológico, de Harry Dean Stanton (jamais melhor), e os quatros anos que o separam da vida estão escondidos numa amnésia tão pesada como o fim dos amores. Trinta e três anos depois, a obra-prima romântica de Wim Wenders brilha como a esperança no escuro, envolta na guitarra crepuscular de Ry Cooder e num dos mais belos monólogos da história do cinema, reflectido no rosto definitivo da década de 80, Nastassja Kinski, cabeleira loira e angorá cor-de-rosa. Co-escrito por L. M. Kit Carson e Sam Shepard, mais conhecido pelo trabalho de actor - sofrível, à excepção deDias do Paraíso, de Malick, e do Chuck Yeager deOs Eleitos- do que de argumentista e importante dramaturgo, esta é, porém, uma visão da América com a distância fascinada que apenas um europeu poderia ter: mítica mas esventrada por pistas sobrepostas de asfalto, repleta de sonhos infindos mas destruídos pelas chamas. Palma de Ouro em Cannes, é exibido em cópia restaurada, e osmillennialsdevem (re)descobri-lo. 

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