Entrevista
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Alessandra Munduruku: “Recebi ameaças. Diziam: ‘É preciso eliminar aquela índia’”

Alessandra Munduruku: “Recebi ameaças. Diziam: ‘É preciso eliminar aquela índia’”
Vanda Marques 03 de junho

Com 38 anos, recebeu o “Nobel verde” pelo seu trabalho de preservação da Amazónia. A indígena que viu a sua casa invadida duas vezes, diz que não desiste de salvar o território dos garimpeiros.

Já não tem página de Facebook porque a invadiram. Não publica fotografias com a família com medo de represálias. Alessandra Korap Munduruku, de 38 anos, é ativista pelos direitos dos indígenas e muito “teimosa”, conta à SÁBADO. Já recebeu ameaças de morte e a sua casa foi invadida duas vezes, mas não desiste de lutar pelos direitos dos indígenas na Amazónia. Foi a partir de 2014, quando percebeu que o território da sua comunidade no Pará estava sempre a diminuir e que a água dos rios estava cheia de mercúrio, que decidiu juntar-se às assembleias e falar com os caciques (os chefes da tribo). Hoje é reconhecida como uma das principais líderes indígenas da região do rio Tapajós, no Pará, Brasil. Com a sua ação – entre manifestações, cartazes, vídeos – conseguiu que grandes empresas de mineração, como a Anglo American e a Vale, desistissem de projetos de exploração no território dos Munduruku. O seu ativismo valeu-lhe este ano o “Nobel” do ambiente, o prémio Goldman. Esse reconhecimento deu-lhe força para continuar a lutar pelos direitos e contra a discriminação de que são vítimas há mais de 500 anos.

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