Secções
Entrar

Portugal cresce menos em 2019 e vê défice nulo em 2020

21 de novembro de 2018 às 10:10

No relatório com as previsões económicas mundiais, a OCDE estima que o crescimento da economia portuguesa "permaneça globalmente estável em cerca de 2% para 2018 e 2019".

A OCDE reviu ligeiramente em baixa o crescimento da economia portuguesa em 2019, para 2,1%, inferior ao estimado pelo Governo (2,2%), antevendo que o défice orçamental desapareça em 2020.

No relatório com as previsões económicas mundiais divulgado hoje ('Economic Outlook'), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) estima que o crescimento da economia portuguesa "permaneça globalmente estável em cerca de 2% para 2018 e 2019".

Para 2018, a organização mantém a previsão de maio, estimando um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2%, abaixo dos 2,3% estimados pelo executivo de António Costa.

Já para 2019, a OCDE reviu em baixa a previsão de 2,2% para 2,1%, enquanto o Governo estima que a economia avance 2,2% no próximo ano.

Por outro lado, para 2020, a organização está mais optimista do que o Governo ao prever que o PIB português cresça 1,9% (contra 1,7% estimados pelo executivo).

A procura interna e as exportações contribuirão para o avanço da economia, em particular o crescimento do consumo que "permanecerá sólido" ao mesmo tempo que a taxa de desemprego desce, explica a OCDE, acrescentando que a subida dos custos de mão-de-obra levará a um aumento da inflação.

O abrandamento dos principais parceiros europeus terá impacto no futuro, diz a organização.

Quanto às contas públicas, a OCDE prevê que o défice orçamental "desapareça até 2020", sublinhando que medidas políticas "terão de continuar a reforçar as finanças públicas".

"Após ser ligeiramente expansionista em 2018, a postura orçamental é projectada para ser amplamente neutra em 2019 e 2020", considera a organização, defendendo que o Governo deve continuar o objectivo de equilibrar as contas públicas de forma a sustentar a recuperação económica.

Para a organização internacional, "os planos do Governo para alcançar um orçamento equilibrado até 2020 são apropriados" e quaisquer receitas adicionais inesperadas devem ser utilizadas para reduzir o rácio da dívida pública em relação ao PIB, que "é ainda extremamente alto acima de 120%".

A OCDE defende que há espaço para aumentar a tributação ambiental, como por exemplo subir as taxas para que os preços da energia reflictam os custos para o ambiente. Além disso, organização considera que as novas empresas poderiam ver reembolsado o investimento em investigação e desenvolvimento (R&D, na sigla inglesa).

Para a organização, há "riscos" sobre as perspectivas que incluem um "aperto nas condições financeiras", nomeadamente um aumento das taxas de juro que poderá levar a uma situação financeira frágil devido à elevada dívida pública e ao crédito malparado. Também novos aumentos dos preços do petróleo constituem um risco.

No lado positivo para o futuro da economia portuguesa estão os avanços para a conclusão da união bancária da área do euro o que, segundo a OCDE, poderá aumentar a confiança e o investimento na actividade em Portugal.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela