Ministro da Defesa elogia estaleiros de Viana
Elogios devem-se ao cumprimento "cabal" do contrato de construção de dois para a Marinha
O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, elogiou esta quarta-feira os estaleiros da WestSea, em Viana do Castelo, pelo cumprimento "cabal" do contrato de construção de dois Navios Patrulha Oceânico (NPO) para Marinha portuguesa, a entregar em 2018.
"Os Estaleiros de Viana do Castelo cumpriram de forma, absolutamente, cabal aquilo que estava contratualizado. Para isso, contribuiu também, muito, a competência técnica da Marinha e, a circunstância, de não haver alterações contratuais, de haver um prazo e um planeamento de execução que foi religiosamente cumprido, com um ganho de alguns dias em relação ao que estava aparentemente, previsto", afirmou o governante após uma reunião com a administração da WestSea, empresa subconcessionária dos estaleiros navais da cidade.
Para Azeredo Lopes trata-se de "algo relativamente pouco habitual", sublinhando ser "importante" para o Governo "testemunhar, em primeiro lugar, a circunstância de que se confirma a possibilidade da indústria nacional ou estabelecida em Portugal poder participar no esforço de investimento e de capacitação das Forças Armadas".
"No caso concreto a capacidade de construir, de planear, de desenhar um modelo de navio que, eu espero, possa ser utilizado no futuro não só pela Marinha Portuguesa, mas garantir, pouco a pouco, capacidade exportável", frisou.
Os dois navios representam um investimento de 70 milhões de euros e vão reforçar o dispositivo naval da Marinha portuguesa a partir de meados de 2018.
O primeiro navio será entregue em Junho e, o segundo, em Dezembro do próximo ano.
A construção dos dois NPO nos estaleiros da WestSea foi anunciada, em maio de 2015, pelo então primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
Segundo dados avançados hoje pela WestSea, a subconcessionária dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) conta, actualmente com cerca de 264 trabalhadores, dos quais 155 são antigos funcionários dos ENVC. ´
Além daqueles, trabalham nos estaleiros da West Sea, "em média, por dia, nos últimos quatro meses, 335 trabalhadores indirectos (subempreiteiros)".
A empresa "procedeu à recuperação das instalações e dos equipamentos dos ENVC, num investimento que ultrapassa os seis milhões de euros".
A West Sea "já efectuou a reparação ou reconversão de 118 navios e conta com nove contratos de construção naval".
Entre eles estão cinco navios cruzeiro para o rio Douro, já entregues à empresa Douro Azul, os dois NPO em construção para a Marinha Portuguesa, e com entrega marcada para 2018, uma draga de sucção até -40 metros de profundidade, para a empresa Dragus, a entregar em 2018 e uma porta flutuante para doca de estaleiro, para empresa francesa Joseph Paris, também com prazo de entrega no próximo ano 2018.
Em negociação, a West Sea revelou ter "três contratos para a construção de um navio de expedição, para a empresa Mystic Cruises, um navio de expedição, para a empresa International Trade Winds e um navio cruzeiro para a empresa Douro Azul, para operar no rio Douro".
Questionado pela Lusa sobre o contrato para a construção dos dois navios asfalteiros para a Venezuela, o ministro da Defesa disse que a empresa Petróleos de Venezuela, SA (PDVSA) "foi notificada pelo não cumprimento total dessa relação contratual, estando a decorrer o prazo para resposta".
"Vamos aguardar para ver qual é essa resposta. Mas de facto e como eu disse, no Parlamento, parece hoje menos provável a realização tranquila e a execução tranquila dessa relação contratual", referiu.
Em março passado, o ministro da Defesa Nacional, admitiu como "muito provável" que o contrato para a construção dos dois navios asfalteiros para a Venezuela não se concretize, deixando um "imbróglio" que o Governo está a tentar resolver.
"O contrato de construção dos asfalteiros muito provavelmente não se vai concretizar", afirmou, na altura, Azeredo Lopes, em resposta a uma questão do deputado do Bloco de Esquerda (BE), João Vasconcelos, durante uma audição na comissão parlamentar de Defesa.
O contrato para a construção dos navios foi celebrado em 2010 entre a empresa Petróleos da Venezuela Naval e os ENVC, no valor de 128 milhões de euros.
A resolução deste contrato é o principal impeditivo da extinção dos ENVC.
Por este contrato, os ENVC receberam cerca de 12,8 milhões de euros e iniciaram em maio de 2013 a aquisição de matéria-prima e outros equipamentos para a construção dos dois navios, com 188 metros de comprimento, que se destinam ao transporte de asfalto.
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