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Getty Images prepara-se para comprar Shutterstock

Jornal de Negócios 07 de janeiro de 2025 às 22:20

A fusão acontece numa altura em que o negócio das duas empresas tem sido ameaçado pelo crescente uso de tecnologias com recurso à inteligência artificial.

A Getty Images acordou a compra da rival Shutterstock, uma empresa de banco de imagens com sede em Nova Iorque, num negócio que poderá criar um gigante do setor no valor de 3,7 mil milhões de dólares, incluindo dívida.

A empresa oferece 28,85 dólares em dinheiro ou 13,67 ações por cada título da Shutterstock, de acordo com um comunicado emitido esta terça-feira. No total, a Getty Images deve desembolsar cerca de 331 milhões de dólares em dinheiro e 319,4 milhões dos seus próprios títulos, com os acionistas da Shutterstock a poderem escolher ser pagos pelas duas vias.

Quando o negócio for concluído, os acionistas da Getty Images deverão deter cerca de 54,7% do novo gigante que irá surgir da combinação das duas empresas, enquanto os restantes títulos vão ser dispersos pelos acionistas da Shutterstock. O CEO da Getty Images, Craig Peters, deve assumir a liderança da nova empresa, de acordo com a Bloomberg.

Esta fusão acontece numa altura em que a sustentabilidade dos serviços de banco de imagens das duas empresas está a ser ameaçada pela inteligência artificial (IA). A capacidade de criar imagens livres de direitos de autor que esta tecnologia oferece tem deixado o negócio da Getty Images e da Shutterstock obsoleto e o desafio prende-se, agora, em combinar a extensa biblioteca de fotografias, ilustrações e vídeos da primeira com a extensa plataforma de pesquisa que permite os utilizadores carregarem o seu próprio conteúdo da segunda.

O grande objetivo desta fusão passa por conseguir cortar custos e aumentar lucros, numa altura em que as duas empresas já perderam mais de metade do seu valor em bolsa desde junho de 2022. Os investidores estão a reagir com entusiasmo a este negócio, com as ações da Shutterstock a dispararem 22,88% para 36,90 dólares e as da Getty Images a catapultarem 25,54% para 3,22 dólares cada.

O acordo ainda tem de obter a "luz verde" do supervisor norte-americano, mas espera-se que sirva como um teste inicial para avaliar o quão recetível será a administração de Donald Trump a fusões em setores extremamente concentrados. Isto depois de a equipa de Joe Biden, presidente ainda em exercício, ter bloqueado vários negócios em setores como o retalho e de companhias aéreas.

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