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Altice contesta análise da Anacom sobre preços das telecomunicações

05 de março de 2020 às 16:08

"Entre 2009 e 2019, os preços das telecomunicações em Portugal aumentaram 7,6%, enquanto que na União Europeia diminuíram 9,9%", tinha revelado a Anacom.

O presidente executivo daAlticePortugal, Alexandre Fonseca, refutou hoje as conclusões daAnacomsobre os preços nas telecomunicações no mercado português, sustentando que a análise apresentada pelo regulador "não tem qualquer fundamento".

"Existem estudos vários que são factuais e que mostram que não é verdade, que Portugal tem um setor das telecomunicações que é dos mais relevantes e dos mais dinâmicos a nível europeu, mas também dos mais concorrenciais", disse o presidente da dona da Meo, em declarações à margem da cerimónia do 4.º aniversário da Altice Labs, em Aveiro.

Na passada quinta-feira, 27 de fevereiro, uma análise do preço das telecomunicações em Portugal da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) referia que estes são os que "aumentam mais" e que "são mais caros" na União Europeia.

"Entre 2009 e 2019, os preços das telecomunicações em Portugal aumentaram 7,6%, enquanto que na União Europeia diminuíram 9,9%", adiantou a Anacom, num comunicado relativo à análise do tema no mercado português "sob a forma de resposta" a nove questões.

Questionado pela Lusa, Alexandre Fonseca contestou estes números, lembrando que o setor registou uma diminuição de receitas, apesar de o número de clientes das comunicações ter aumentado.

"Se temos mais clientes, e se tivéssemos preços mais altos, como o regulador diz, então como é que as receitas baixam? Porque as receitas derivam do número de clientes vezes o preço. Ainda ninguém me conseguiu explicar esta conta simples e ninguém consegue chegar a este raciocínio, porque este raciocínio não faz sentido", afirmou, o responsável, defendendo ainda que Portugal não precisa de mais operadores.

Na passada segunda-feira, a Vodafone Portugal acusou a Anacom de "ficcionar a realidade do setor em Portugal", lamentando esta "reincidente" prática do regulador, que "em nada ajuda a criar condições adequadas ao desenvolvimento de um setor tão crítico para a economia do país e para o bem-estar dos portugueses".

Na semana anterior, a NOS já tinha manifestado, em declarações à Lusa, "surpresa" com a "falta de sustentação" da Anacom e a associação de operadores de telecomunicações (Apritel) disse ver com "perplexidade" as afirmações do regulador.

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