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Accionistas do BPI aprovam desblindagem de estatutos

21 de setembro de 2016 às 11:32

CMVM suspende negociação das acções do BPI, um dia depois de banco ter anunciado que cederá controlo do Banco de Fomento de Angola a Isabel dos Santos

A Assembleia-Geral do BPI aprovou hoje a desblindagem dos estautos do banco, que impedia um accionista de votar com mais de 20%, independentemente da sua participação social - o que impossibilitava o espanhol CaixaBank de fazer uso da totalidade dos seus 45% de participação social.

A Santoro de Isabel dos Santos absteve-se. Esta foi a terceira convocatória para a assembleia-geral depois das suspensões dos encontros de Julho e do início de Setembro, devido a providências cautelares colocadas pelaholding Violas Ferreira, o maior accionista português do BPI, com 2,67%.

Estas acções judiciais fizeram com que, nos últimos dois meses, o banco tivesse imergido num imbróglio jurídico, que impediu os accionistas de tomarem decisões e criou muita incerteza sobre o futuro.

CMVM suspendeu acções do BPI
A negociação das acções do BPI está suspensa até que o banco preste informações ao regulador do mercado, anunciou hoje a Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários.

"O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou, nos termos do artigo 214º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários, a suspensão da negociação das acções do Banco BPI, S.A., até à divulgação de informação relevante sobre o emitente", refere um comunicado divulgado esta manhã.

Na terça-feira, a administração do BPI fez uma nova proposta aos parceiros angolanos que poderá abrir caminho ao fim da limitação dos votos e ao sucesso da OPA do CaixaBank.

O BPI propôs à Unitel a venda de 2% do capital do Banco de Fomento Angola (BFA), permitindo que a operadora angolana passe a ser a maior accionista, após aprovada a desblindagem dos estatutos do banco português.

A proposta foi formalizada numa carta enviada na terça-feira pelo BPI à Unitel, disponibilizada através da página na Internet da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), implicando que a operadora controlada pela empresária Isabel dos Santos pague 28 milhões de euros pelas 26.111 acções do BFA (correspondentes a 2% do capital social do banco angolano).

Actualmente, o BPI detém 50,1% do capital do BFA, enquanto a Unitel é dona de 49,9%, e o objectivo desta operação é resolver a situação de ultrapassagem do limite dos grandes riscos impostos pelo Banco Central Europeu (BCE) relativamente à exposição do banco português a Angola.

A desblindagem dos estatutos do BPI é uma das condições impostas pelos catalães do La Caixa na Oferta Pública de Aquisição (OPA) que lançaram sobre o banco português.

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