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Fogos no Canadá batem recorde de "emissões de carbono"

Diogo Barreto 27 de junho de 2023 às 22:28

A nuvem de fumo cobriu Portugal inteiro e só deve começar a dissipar esta quarta-feira. Mas APA garante que qualidade do ar não foi afetada.

Os incêndios florestais no Canadá que deflagraram em maio estão a degradar a qualidade do ar na América do Norte há várias semanas. Mas recentemente, a nuvem de fumo chegou à Europa. O serviço de monitorização do Copernicus - o Programa de Observação da Terra da União Europeia - diz que estes incêndios são responsáveis pela maior emissão de carbono a partir do Canadá em 21 anos. A qualidade do ar na Europa está a ser afetada desde a segunda semana de junho e, neste momento, todo o território nacional está coberto por uma nuvem vinda do Canadá, segundo o IPMA - Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

EPA/SXENICK

Num comunicado divulgado esta terça-feira pelo Copernicus, já foram emitidas "cerca de 160 megatoneladas de emissões de carbono, que são agora as emissões totais anuais mais elevadas estimadas para o Canadá". E o instituto europeu sublinha que esta nuvem de fumo vai continuar a afetar o ar português, deixando o céu enevoado e o sol e alua com tons mais alaranjados. Mas sublinha que o carbono não vai ter um impacto significativo na qualidade do ar à superfície, já que a nuvem está a uma altitude superior a 1.000 metros. "A nossa monitorização das emissões dos incêndios florestais do Canadá desde o início de maio demonstra que os níveis são invulgares, comparativamente com as duas décadas de análise que temos", refere o Copernicus no comunicado.

O fumo dos incêndios do Canadá cobriu todas as ilhas açorianas e chegou ao continente esta segunda-feira, 26 de junho. Esta terça-feira, segundo o IPMA, a nuvem cobria todo o território nacional. A nuvem de fumo "é constituída por partículas muito pequenas (< 2.5 micrometros) e por gases (especialmente monóxido de Carbono)", segundo o instituto nacional. A nuvem deverá intensificar-se na região dos Açores a partir de amanhã, dia 28, e na Madeira a partir do dia 29 de junho. Nessa mesma data, deverá começar a dissipar-se de Portugal continental.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) esclareceu que os níveis de partículas em Portugal continental e nos Açores "não evidenciam ainda" a influência, na superfície, da nuvem de fumo gerada pelos fogos no Canadá. A APA explica hoje que acompanha, através do sistema 'QualAr', os dados medidos em contínuo em todas as estações do país, em tempo quase real.

"De acordo com os dados medidos nas várias estações de Portugal continental e Açores, verifica-se, à data de hoje, níveis de partículas que não evidenciam ainda a influência, ao nível da superfície, da nuvem de fumo proveniente dos fogos do Canadá, mantendo-se a ordem de grandeza dos níveis medidos dentro das classes de índice de qualidade do ar 'Bom' e 'Muito Bom'", precisa a agência numa nota.

O Canadá já registou quase três mil incêndios este ano, tendo ardido mais de cinco milhões de hectares. Foi pedida ajuda internacional para combater os fogos e Portugal, no âmbito do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, enviou 140 operacionais para o Quebec, uma das regiões mais afetadas pela forte vaga de incêndios. Foram enviados milhares de operacionais de vários países para combater as chamas no Canadá.

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