Engenharia e Medicina dominaram o top 25 das médias de entrada no ano passado. No grupo dos cursos com as notas mais altas do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior em 2021/2022, figuravam sete cursos de Engenharia e 13 de Medicina, incluindo três de Medicina Dentária e um de Medicina Veterinária.
Médicos e engenheiros são profissões difíceis em termos da formação exigida e do investimento requerido, mas fundamentais para o funcionamento e o desenvolvimento da sociedade e do País. E, embora os salários fiquem abaixo da média da Europa, são, no geral, mais atrativos do que em áreas como o turismo ou o jornalismo.
Na Engenharia, aliás, as condições dependem muito do ramo, tal como as médias de entrada no superior. A Engenharia Aeroespacial é particularmente glamorosa. O mestrado integrado do Instituto Superior Técnico lidera, nos últimos anos, as preferências dos candidatos. Em 2021/22 também foi assim, com o último aluno colocado a exibir uns estonteantes 19,05 valores. Mas há outras engenharias, desde as tradicionais Civil e Mecânica, até às mais recentes Informática e Computadores, passando pela Eletrotécnica e Telecomunicações.
Os cursos de Informação e Jornalismo mantêm-se entre os mais procurados pelos candidatos, não deixando vagas por preencher.
Todas as Faculdades de Medicina do País são reputadas. Muitas vezes, o que faz a diferença entre uma e outra é a proximidade à área de residência do candidato. No ano passado, o mestrado integrado do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto, ICBAS, como é conhecido, levou a melhor. Foi o segundo da lista das médias e o primeiro curso de Medicina.
O pódio das notas ficou concluído com Engenharia e Gestão Industrial, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, a outra grande escola de Engenharia do País localizada na zona Norte.
Fora destas duas áreas, o grupo dos 25 incluiu apenas mais cinco cursos, dois dos quais de Matemática – Matemática Aplicada à Computação do Técnico, e Matemática Aplicada à Economia e à Gestão, do ISEG, que integra a Universidade de Lisboa. Os restantes três foram: Arquitetura, na Universidade do Porto; Design de Comunicação, na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa; e Línguas e Relações Internacionais, na Faculdade de Letras do Porto, o único curso de letras a penetrar neste “campeonato”.
Um máximo histórico
O ensino superior português bateu em 2021/2022 o recorde de estudantes inscritos: 412 mil, mais 15 mil do que no ano letivo anterior. De acordo com as estatísticas oficiais da Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência, há uma evolução crescente e contínua do ciclo de expansão desde 2015, ano em que os inscritos se aproximaram dos 350 mil. Universidades e politécnicos públicos são responsáveis por mais de 80% do total dos alunos. O ensino superior privado e o regime concordatário são responsáveis pela outra fatia da oferta. Esta vertente do ensino superior também cresceu.
Áreas STEAM representaram 60% dos inscritos no ensino superior
A transição digital continua a sua marcha nas organizações e empresas, obrigadas pela legislação europeia a incorporar critérios relativos ao ambiente, às questões sociais e à governança (ESG, na sigla em inglês). A crise sanitária parece controlada, mas a população portuguesa está envelhecida e o interior despovoado. No geral, a oferta formativa reflete as prioridades da sociedade. No ano passado, em Portugal, as chamadas áreas STEAM (Ciências, Tecnologias, Engenharia, Artes e Matemática) representaram cerca de 60% do total dos inscritos no ensino superior. As Tecnologias de Informação e Comunicação, com cerca de 12 mil inscritos, foram a área mais dinâmica.