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Escritora Lídia Jorge 'honoris causa' pela Universidade dos Açores

Lusa 07 de dezembro de 2025 às 13:19

Pelo "incontornável contributo" para a literatura portuguesa.

A escritora Lídia Jorge vai receber o doutoramento Honoris Causa pela Universidade dos Açores pelo "incontornável contributo" para a literatura portuguesa e pelo facto de se debruçar sobre temas com "muita relevância" para os Açores.
Lídia Jorge distinguida pela Universidade dos Açores Lusa
Susana Mira Leal, reitora da academia açoriana, afirma à Lusa ser "reconhecível e incontornável o seu contributo para a literatura portuguesa" e a "projeção internacional para a cultura lusófona". A romancista, poetisa e ensaísta, traduzida em mais de vinte idiomas, é uma das "vozes mais influentes do pós-25 de abril", de acordo com a reitora, tendo esta "renovado, de facto, o romance português" e abordado temáticas como a democracia, condição feminina, colonialismo, violência histórica, memória, entre outros. Mas o reconhecimento não fica por aqui, com Susana Mira Leal a sublinhar que, no contexto da sua obra, Lídia Jorge "debruça-se sobre questões que têm muita relevância para os Açores", uma vez que "trabalha muito a questão das geografias insulares, da periferia, identidade, do isolamento, da resistência", a par da "relação da pessoa com o território". "Isso tem a ver com a nossa singularidade insular, com a circunstância periférica e ultraperiférica. Isso é também uma razão fundamental para distinguir Lídia Jorge, pela ressonância crítica e simbólica que a sua obra traz", afirma a reitora da academia açoriana. Susana Mira Leal destaca que a escritora algarvia intervém também na defesa de "valores fundamentais como a democracia, combate ao discurso de ódio, adotando uma postura ética e cívica para defesa de valores humanistas" nos quais a Universidade dos Açores se "revê inteiramente", fazendo parte da sua "matriz identitária". A cerimónia de imposição decorre quarta-feira na Aula Magna da Universidade dos Açores, no campus de Ponta Delgada, sendo antecedida do cortejo académico do edifício da Reitoria, seguindo-se a cerimónia de investidura com o elogio da homenageada pela madrinha, a professora associada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UAc Ana Cristina Gil. Lídia Jorge estreou-se em 1980 com o romance "O Dia dos Prodígios". É também autora dos romances "O Cais das Merendas" (1982), "Notícia da Cidade Silvestre" (1984), "A Última Dona" (1992), "O Jardim Sem Limites" (1995), "O Vale da Paixão" (1998), "O Vento Assobiando nas Gruas" (2002), "Combateremos a Sombra" (2007), "A Noite das Mulheres Cantoras" (2011), "Os Memoráveis" (2014) e "Estuário - 2018". Já foi distinguida com o Prémio Tributo de Consagração Fundação Inês de Castro (2019/2020), o Grande Prémio de Literatura dst (2019), o Prémio Vergílio Ferreira (2015), da Universidade de Évora, o Prémio Luso-Espanhol de Cultura (2014), o Prémio Internacional de Literatura da Fundação Günter Grass (2006), o Grande Prémio de Romance da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio Correntes d'Escritas (2002), o Prémio Jean Monet de Literatura Europeia (2000) e o Prémio D. Diniz da Casa de Mateus (1998), entre outros galardões.
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