Número de cirurgias oncológicas realizadas pelo SNS quebrou abruptamente no terceiro trimestre de 2025
Número de cirurgias evoluía favoravelmente desde o final de 2023.
Número de cirurgias evoluía favoravelmente desde o final de 2023.
A 31 de março estavam inscritos 8.868 utentes para cirurgia oncológica, 1.488 dos quais já tinham ultrapassado o tempo máximo de resposta. Destes, 180 não tinham sequer cirurgia agendada.
Os tempos máximos para a realização da primeira consulta são sete dias para os casos muito prioritários, 15 dias para os prioritários e 30 dias para os normais.
Os dados disponibilizados à Lusa indicam que, em 2024, foram operados mais 72.315 (10,1%) doentes não oncológicos do que em 2023, mas o Governo salientou que a lista é dinâmica, com a constante entrada de novos doentes.
"É importante termos em conta as variações que possam ocorrer durante os próximos meses, relacionadas com planos de contingência que têm de ser implementados na sequência da maior procura que é própria do inverno,", alertou Xavier Barreto.
Segundo a ERS, em 30 de junho, 7.127 utentes aguardavam cirurgia programada na área de oncologia, 16,7% dos quais com espera superior ao Tempo Máximo de Resposta Garantido.
A Direção Executiva do SNS considera que estes números revelam que o SNS "está a cumprir a sua missão, garantindo aos cidadãos o acesso aos cuidados de saúde", associando o maior número de cirurgias realizadas ao maior número de consultas, o que "levou também a mais inscritos para cirurgia".
No total, a 26 de julho estavam inscritos para cirurgia oncológica 8.111 doentes, menos 1.263 do que quando as medidas do Plano de Emergência foram divulgadas.
A deputada socialista Mariana Vieira da Silva lembrou que, em março, 25% dos mais de 9.000 doentes oncológicos que aguardavam cirurgia estava além dos tempos recomendados, o que equivalia a cerca de 2.300 pessoas.
Já quanto aos doentes oncológicos que aguardavam cirurgia já fora do Tempo Máximo de Resposta Garantido, a ministra da saúde disse que desde 18 de maio foram realizadas 2.306 cirurgias.
Medida entra esta sexta-feira em vigor e prolonga-se até 31 de agosto.
Conselho de administração justifica a medida com o pedido de médicos e internos que manifestaram "indisponibilidade para prestarem todo e qualquer trabalho suplementar para além do limite de 150 horas".
"É uma preocupação muito grande", assinala Vítor Veloso, secretário-geral da Liga Portuguesa Contra o Cancro, sobre o incumprimento dos prazos máximos de espera para esta doença nos hospitais públicos. Também a cardiologia piorou a resposta atempada no Serviço Nacional de Saúde.
Tribunal de Contas analisou a resposta do Serviço Nacional de Saúde aos doentes oncológicos entre 2017 e 2020. Perante o impacto negativo da pandemia propõe a implementação de um plano quantificado e calendarizado de recuperação da atividade não realizada.
Entidade Reguladora da Saúde considera que houve violação de múltiplas normas de acesso a cuidados de saúde.
Segundo os administradores hospitalares, estarão em atraso dezenas de milhares de cirurgias e mais de um milhão de consultas.