Igreja portuguesa pede aos católicos atenção aos pobres e migrantes neste Natal
José Ornelas espera que a data "desperte no coração de cada um" o "desejo de construir uma sociedade mais justa".
José Ornelas espera que a data "desperte no coração de cada um" o "desejo de construir uma sociedade mais justa".
À data de hoje "foram apresentados 89 pedidos de compensação financeira".
Segundo Rute Agulhas algumas das vítimas "querem só desabafar, partilhar, quebrar o segredo que em média dura 40 anos", sublinhando que a maior parte dos casos estão prescritos, porque "já aconteceram há muito tempo".
O Sínodo, a assembleia de bispos e leigos de todo o mundo reunida no Vaticano, terminou no sábado com um documento com as conclusões da reunião validado pelo Papa Francisco.
A atribuição de compensações financeiras foi decidida pela CEP em abril e agora qualquer pedido deverá ser apresentado formalmente por escrito até 31 de dezembro.
A CEP recebeu, em fevereiro de 2023, um relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal, que validou 512 testemunhos, num total de 564 recebidos, relativos a casos ocorridos entre 1950 e 2022.
O anúncio ocorre no dia em que o presidente da CEP confirmou que o "tema importante" dos abusos sexuais na Igreja vai estar em foco na visita dos bispos portugueses ao Vaticano.
Os bispos vão ter como principal instrumento de trabalho uma proposta apresentada pelo Grupo VITA. A expectativa é de que "se chegue a um consenso e que o processo [indemnizatório] possa iniciar-se".
Dados foram revelados pela coordenadora do Grupo VITA. Indemnizações começarão a ser analisadas a 8 de abril em Assembleia Plenária da CEP.
"Ainda está em estudo", aponta fonte da Conferência Episcopal Portuguesa. A autoria seria do arquiteto Siza Vieira.
"O Papa Francisco diz: 'não busquem simplesmente soluções do passado para problemas de hoje. Não vai dar certo'", sublinha o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.
A Assembleia Plenária da CEP, que decorre em Fátima, termina na próxima quinta-feira.
José Ornelas fez questão de lembrar, na sequência do relatório sobre os abusos sexuais na Igreja, que "reconhecer, pedir perdão e agradecer só têm sentido na medida em que são acompanhados de decisões e ações concretas para transformar a realidade".
"Eu penso que deve ser uma coisa personalizada, não mandar as pessoas simplesmente ir buscar uma esmola à Igreja", defendeu presidente da CEP.
A Igreja não pretende "encobrir nada", garantiu ainda o bispo, ao salientar que, no caso de uma pessoa suspeita, "com identificação clara e sem que isso signifique já uma condenação, deve ser retirada do serviço que se faz".
O bispo pediu desculpa pela sua comunicação inicial e admitiu que a Igreja encobriu casos de abuso prometendo que isso não vai voltar a acontecer.