Em causa estão as rescisões por justa causa dos tripulantes da Ryanair que rejeitaram a integração nos quadros da companhia irlandesa com remunerações base abaixo do salário mínimo nacional.
Há "uma perspetiva real de cortes selvagens em Portugal" na temporada de inverno em termos de capacidade e aviões, devido à pandemia de covid-19, revela diretor de recursos humanos.
Na hipótese de um trabalhador que não possa trabalhar por doença, diretor da Ryanair afirmou que "se não fizerem horas num mês em particular, compensam-nas muito rapidamente depois".
"A empresa constantemente atropela a lei [em vários países europeus] e, em Portugal, está a atropelar a lei há mais de 10 anos", acusa o SNPVAC.
Segundo disseram vários trabalhadores da Crewlink à Lusa, o mês de março não foi pago pela empresa, numa altura em que a empresa já não está em regime de lay-off.
Trabalhador recusou assinar contrato e sugeriram que se mudasse.
Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil refere que os tripulantes de cabine notificados "foram exatamente os mesmos que não assinaram a proposta de contrato de trabalho ilegal enviada pela Ryanair nos últimos dias".
O Tribunal da Relação de Lisboa obrigou a Ryanair a pagar subsídios de férias e Natal a um funcionário que nunca os tinha recebido.
SNPVAC diz que a base de Faro manter-se-à em funcionamento com 55 tripulantes de cabine, todos dos quadros da Ryanair e que "foram coagidos pela companhia aérea a assinar uma adenda ao seu contrato, em que abdicavam de subsídios e retroativos até novembro de 2018".
Os tripulantes de cabine da Ryanair já tinham cumprido cinco dias de greve entre os dias 21 e 25 de agosto, convocada pelo mesmo sindicato.
SNPVAC refere que, "após cinco dias de greve na Ryanair, tem a lamentar a atuação do Governo de Portugal perante todas as ilegalidades cometidas pela companhia aérea irlandesa".
"Não esperamos quaisquer problemas nos voos para/desde Portugal no resto do dia", acrescentou a Ryanair.
Aeroportos de Lisboa, Porto e Faro estão a ser inspecionados após denúncia de alegadas irregularidades relacionadas com o direito à greve dos tripulantes da companhia aérea.
Companhia aérea não prevê "quaisquer transtornos significativos" nos voos de/para Portugal nesta quarta-feira. Greve vai durar até domingo.
Governo decretou serviços mínimos que abrangem não só os Açores e Madeira, mas também outras cidades europeias.
PCP acusa Governo de recorrer a "critérios novos, ilegais e anticonstitucionais" para decretar serviços mínimos para a paralisação da Ryanair, entre 21 e 25 de agosto.
