
Caso gémeas. Relatório da comissão de inquérito deve ser debatido em plenário amanhã
Rui Paulo Sousa disse que foi "pedido ao presidente da Assembleia da República a possibilidade de o relatório ser apresentado em plenário" esta quarta-feira.
Rui Paulo Sousa disse que foi "pedido ao presidente da Assembleia da República a possibilidade de o relatório ser apresentado em plenário" esta quarta-feira.
Além da proposta elaborada por Cristina Rodrigues, os deputados vão votar também a proposta de relatório alternativo, apresentada por PSD e CDS-PP, além das propostas de alteração de PS e PAN.
As conclusões foram apresentadas pela deputada relatora, Cristina Rodrigues (Chega), numa conferência de imprensa na Assembleia da República, na qual esteve também o presidente daquele partido, André Ventura.
A entrega do relatório esteve inicialmente prevista para o dia 20 de fevereiro, mas a deputada relatora -- Cristina Rodrigues, do Chega -- pediu o adiamento da entrega da versão preliminar para o final da última semana.
Na audição, de cerca de uma hora, o antigo secretário de Estado Adjunto e da Saúde foi interpelado por vários deputados, tendo-se remetido ao silêncio na maioria das vezes. Exceção feita nas respostas ao Chega e ao PSD.
Lacerda Sales foi a primeira pessoa a ser ouvida na comissão de inquérito que arrancou em maio. Deverá também ser a última a ser ouvida.
"A origem das doentes não é determinante para a decisão clínica", referiu o ex-diretor clínico do Hospital Santa Maria na comissão de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras.
O ex-diretor clínico do Hospital Santa Maria disse que não encontrou motivos clínicos, éticos ou deontológicos que justificassem rejeitar uma consulta para as gémeas luso-brasileiras.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde não investigou o comportamento e as intenções dos governantes, explicou António Carapeto.
Rui Santos Ivo disse que, além do contacto recebido pelo Hospital de Santa Maria, nunca falou "sobre o processo" com o antigo secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales, com o filho do Presidente da República, Nuno Rebelo de Sousa, ou com o Ministério da Saúde.
De acordo com o relatório da IGAS sobre este caso, foi Carla Silva, secretária do então secretário de Estado, quem contactou o Hospital de Santa Maria para marcar a consulta das gémeas - uma informação já negada por Lacerda Sales.
Os partidos enviaram as perguntas ao antigo primeiro-ministro em setembro com a maioria a querer saber se António Costa teve alguma intervenção no caso.
Paulo Jorge Nascimento disse que "nada leva a crer que tenha havido alguma dificuldade" na atribuição da nacionalidade portuguesa às gémeas.
O ex-cônsul-geral de Portugal em São Paulo disse também que nunca tinha ouvido falar do caso "até ser ventilado publicamente" pela comunicação social, em novembro do ano passado.
"Não tivemos qualquer resposta durante este mês nem os serviços consulares ou o MNE conseguiram obter qualquer endereço, contacto ou resposta no que diz respeito aos dois", informou Rui Paulo Sousa.
O polémico caso das gémeas tratadas no Santa Maria, que envolveu o filho do Presidente da República, deu origem a uma comissão parlamentar de inquérito, constituída em maio por iniciativa do Chega.