CDS apresenta reforma das pensões até ao Verão
CDS está a preparar plano, mas Assunção Cristas não se quis comprometer com ideias concretas - como o chamado 'plafonamento' das pensões mais altas. Líder dos centristas está convicta de que "há um problema"
A presidente do CDS, Assunção Cristas, garantiu que antes do verão o partido deverá ter uma proposta sobre a reforma do sistema de pensões, a partir do trabalho do Gabinete de Estudos.
"Esta conferência é importante para testar ideias, e espero que até ao Verão nós tenhamos alguma coisa de consistente e sólido para apresentar aos demais partidos políticos e mostrar como o CDS tem a vontade, mesmo em áreas difíceis como é a reforma do sistema de pensões, de ter propostas concretas com uma visão de médio e longo prazo", afirmou Assunção Cristas aos jornalistas, na sede do CDS.
Na primeira conferência/debate do Gabinete de Estudos, moderada pelo ex-ministro e deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares, participaram André Azevedo Alves, da Universidade Católica, de José Sarmento, da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios, de Fernando Ribeiro Mendes, do ISEG, e Pedro Corte Real, da Universidade Nova de Lisboa.
Com o trabalho ainda numa "fase muito técnica", Assunção Cristas não se quis comprometer com ideias concretas - como o chamado "plafonamento" das pensões mais altas, que já foi defendido no passado pela coligação que integrou o CDS -, sublinhando a convicção de que "há um problema".
"O nosso pré-entendimento é a convicção de que existe um problema, que vários países resolveram de forma diferente, e nós queremos saber qual a melhor maneira de o resolver em Portugal", afirmou.
A proposta deverá apontar para "alguma alteração substancial que dê garantias aos mais jovens e a quem está a meio da carreira contributiva de que um dia também vão ter direito a uma pensão, seja ela constituída em moldes diferentes ou não dos actuais", disse.
"Com os actuais, já sabemos que podemos contar com muito pouco. Quem começa agora a descontar não terá uma expectativa de ter mais do que 30% do seu rendimento actual. O sistema pode ser sustentável mas não paga pensões", argumentou Assunção Cristas.
Logo no discurso de tomada de posse como líder dos centristas, Cristas deixou um desafio à Esquerda. "Temos um problema no sistema de pensões, sabemos que ele irá falhar", disse na altura, reforçando que é preciso "uma reforma dialogada com os outros partidos". Cristas defendeu também que "se o PS recusar, cairá a máscara a António Costa".
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