Um dos erros da minha existência foi ter ido para um curso superior que nada tinha a ver com a minha programação. O meu computador pedia outras áreas. O Direito era contra-natura para a minha condição de leitor e ouvinte, de delirante profissional, de rapaz que vinha de uma adolescência culturalmente curiosa e felizmente desordenada. A Filosofia e a Comunicação Social (era assim que se chamava) tinham-me feito melhor nos primeiros anos de Faculdade. Fui para a cidade universitária para fugir dela em cada oportunidade. A minha cidade universitária foi a livraria Barateira junto à cervejaria Trindade. E a Assírio e Alvim, na rua abaixo daquela onde vivia a minha avó (lembrem-me, tenho de lhe ligar hoje). E, não me considerando um boémio, o Estádio, no Bairro Alto armado aos projectos.

Ser o que se quer ser

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