Sábado – Pense por si

Nuno Costa Santos
Nuno Costa Santos
26 de março de 2014 às 10:16

Por acaso

Hoje quase todas as sentenças são rematadas com um “por acaso”. “És um gajo porreiro”. Pausa. “Por acaso”

Hoje quase todas as sentenças são rematadas com um “por acaso”. “És um gajo porreiro”. Pausa. “Por acaso”. Como é que um gajo que é de facto porreiro fica depois disto? É como a história de precisar de arrasar uns 300 para elogiar uma figura. O elogio, com esse golpe do "por acaso", perde toda a força. Fica só o “por acaso”. Impositivo. Fascista. Desvalorizador da ternura. Dá vontade de contrapor: ”Mas por acaso porquê? Estás com dúvidas se sou um gajo porreiro?!”. A coisa pode não ficar por aí – e é justo que assim seja. “Mais valia chamares-me categoricamente cabrão do que me estares a chamar gajo porreiro por acaso”.

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