As últimas duas décadas do século XX adensaram até ao insuportável a dependência dos partidos de poder das ligações que mantinham com o sector das obras públicas e a sua adjudicação às empresas de construção civil. Ligações perigosas com as autarquias mas também com a administração central. A necessidade de quebrar estrangulamentos de 30 ou 40 anos, como o eram a falta de uma auto-estrada a ligar as duas principais cidades do País, de uma nova travessia sobre o Tejo, os itinerários principais que rompiam para o interior, ou, de outro modo, fazer obras simbólicas que permitissem gerir os ciclos políticos com vantagem, foram o pasto que alimentou o monstro.

Economia de saco azul

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