Sábado – Pense por si

Alberto Gonçalves
Alberto Gonçalves
20 de novembro de 2014 às 19:04

A hora da mudança

De ponta tomo eu esta mania de sincronizar as vidas, que seriam bem mais interessantes se se dessincronizassem de vez. Sonho com restaurantes nos quais uns clientes terminariam o café matinal enquanto outros iniciavam a ceia

Em 2014, os telejornais ainda sentem necessidade de explicar ao público a mudança da hora. Eu, que já consigo acertar o relógio sozinho, gosto que a hora mude. Apenas não gosto que mude com regularidade (ia dizer com a regularidade de um relógio, mas parei – lá vem a segunda graçola – a tempo). À semelhança da generalidade dos países, Portugal é um lugar aborrecido, onde a convenção impõe períodos específicos para cada actividade. Quando, nos anos 1980, uns desenhos animados cantarolavam "Está na hora da caminha", não eram só as crianças que a RTP e o Estado mandavam repousar: era a população em peso. E a população, por resignação ou tique, obedecia com esmero norte-coreano. Aliás, mesmo na ausência do Vitinho, continua a obedecer. À hora de dormir. À hora de almoço. À hora de jantar. À hora de expediente. À hora de ponta.

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