O boom dos tuk tuks na Lísbia entra como uma luva na máxima "em terra de cego quem tem olho é rei"
Fui aconselhado a escrever mais sobre Sexo. Não por um editor apenas interessado em tirar partido do meu sex-appeal, que é razoável, mas pela via literária séria
Sentados no bar Angra do Heroísmo, um amigo e uma amiga (no sentido lato da palavra, de quem não se quer mal), debatem a palavra herói e o seu oposto
Duas mães balzaquianas e letradas apalavram a ausência dos petizes, a banhos pelo mundo
Dois surdos-mudos conversam num grande algazarra a salvo dos desvarios do mundo. Os sorrisos, marotos, digamos assim, sucedem-se. Os olhos brilham
Um homem jovem e de pêra à Garibaldi lê O Homem Sem Qualidades, de Musil. Vai sentado junto à janela e saltam-lhe as íris quase sem pestanejar
Sou um sensualista, um apaixonado, um idealista. Gosto de me sentir atravessado, como gosto de me sentir tocado e abraçado
De pés juntos e demolhados nas águas mansas do entardecer, um arauto da luta armada debate com um homem de ar sereno a reforma e a índole das quezílias necessárias diante de um pires de tremoços e finos de marca idónea
A cadeira de espaldar vermelha (encarnada, para quem prefira o termo) sobressai entre toldos listados de amarelo e branco. Salta ainda à vista a barriga e a delicadeza das mãos calosas próprias de quem poderá trabalhar na lavoura ou no ramo florestal
Um universitário - dir-se ia universitário pela pose dos ombros ainda descontraída, ainda por vergar - lê, concentrado, ou assim o parece, alheio aos desvarios do mundo
Dois anciãos, dois venerandos homens, dois amigos, dois compadres, dois velhos para as estatísticas, debatem a existência num frente a frente, rente ao vidro onde se pode ler "banco reservado a deficientes físicos, grávidas e pessoas de idade
