A boa liderança multigeracional
Pela primeira vez podem trabalhar numa organização até cinco gerações, um facto que, apesar de já por si inédito, não deixa de acrescentar desafios e dificuldades organizacionais, e sociais, particularmente para quem lidera pessoas.
“Se todos pensarmos da mesma maneira, é porque ninguém está a pensar” - Benjamin Franklin (1706-1790)
A boa liderança – numa palavra, aquela que é feita de pessoas e por pessoas que adoram pessoas – é, felizmente, cada vez mais uma exigência por parte dos liderados e a culpa é, essencialmente, das gerações mais novas, i.e., Millennials ou Geração Y (1981–1996) e Geração Z (1997–2010).
Tal é especialmente evidente no mercado de trabalho, resultante do envelhecimento ativo da população.
Estas gerações trabalham com outras gerações, sobretudo as dos Baby Boomers (1946–1964) e da Geração X (1965–1980), embora a Geração Silenciosa (1925–1945) ainda seja possível encontrar, designadamente nos conselhos de administração, consultorias e mentorias.
Isto significa que, atualmente, pela primeira vez, podem trabalhar numa organização até cinco gerações, um facto que, apesar de já por si inédito, não deixa de acrescentar desafios e dificuldades organizacionais, e sociais, particularmente para quem lidera pessoas.
Ou seja, se a liderança já era difícil com 3 gerações, imagine-se com 5.
Não obstante a cultura, atitude e mentalidade não serem medidas pela idade, nem esta constituir evidência de aquisição ou adesão aos valores e princípios à geração cronologicamente atribuída, certo é que as pessoas de faixa etária próxima passam, tendencialmente, pelos mesmos fenómenos – datados - de socialização e
Novos contextos organizacionais e realidades sociais exigem novas competências dos líderes, em conformidade e alinhamento com os
Segundo a literatura especializada, as diferenças geracionais com impactos visíveis e mais significativos são a cultura organizacional, as expectativas e os estilos de liderança e comunicação.
As gerações mais velhas cresceram num modelo de trabalho hierárquico, estável e baseado na experiência, certeza e antiguidade, daí que potenciem resistências à mudança, inovação e melhoria contínua.
As mais novas (millennials e geração Z) valorizam uma lógica de propósito, flexibilidade, atratividade, inovação tecnológica e informalidade, fatores que podem potenciar perceções de desrespeito, arrogância, impulsividade, e falta de rigor, ética e de resistência à pressão.
Os riscos de estas diferenças criarem barreiras entre gerações são muitas vezes ignorados ou incompreendidos pelos líderes tradicionais, podendo gerar tensões veladas ou conflitos explícitos, e afetar a produtividade e o clima e desempenho organizacionais, se não mesmo a falta de atração e retenção de recursos humanos mais jovens.
Além de os líderes possuírem as competências certas, é vital que compreendam que o problema não é resolver o conflito geracional, antes aprender a navegar e utilizar as diferenças com
propósito, clareza, inclusão, integridade, inteligência emocional, aprendizagem mútua, escuta ativa e inovação nos projetos, processos e resultados.
Boa liderança, e eficaz, entre gerações depende, assim, da coragem, audácia, prática deliberada de empatia e construção intencional de pontes e tolerâncias e conhecimentos mútuos de quem lidera.
Má liderança, na multigeracionalidade, é aquela que pensa e acredita que o bom desempenho organizacional depende, basicamente, de si (das suas ordens, orientações e controlos). Pura ignorância, ou ingenuidade.
Em resumo: a liderança é multidimensional – é arte, ciência, crença e prática – tal como os líderes e liderados, cujas diversidades geracionais e riquezas culturais geram dinâmicas fortes e ambientes contrastantes de relações, aprendizagens e desempenhos.
Por isso, o segredo da boa liderança das diversas gerações reside em conhecê-las, compreendê-las e incluí-las, desde o início de funções e projetos; aceitar e canalizar a diferença para o excelente desempenho e bem-estar organizacional, do serviço, e laboral, do indivíduo, a pensar em todos e tentando não deixar ninguém para trás.
Numa palavra, ser bom líder pressupõe gostar, verdadeira e profundamente, de pessoas, sem tacticismos e instrumentalismos. Ser bom líder é estar aberto, servir o seu desenvolvimento e crescimento e procurar conhecer, compreender e incluir os seus liderados, em linha com a missão, visão e estratégia da organização, público ou privado. Nas quais, todas as gerações devem participar e fazer parte dos processos de decisão.
A boa liderança multigeracional
Pela primeira vez podem trabalhar numa organização até cinco gerações, um facto que, apesar de já por si inédito, não deixa de acrescentar desafios e dificuldades organizacionais, e sociais, particularmente para quem lidera pessoas.
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