Secções
Entrar

Partido de Le Pen gastou dinheiro europeu em champanhe e jantares de luxo

03 de julho de 2018 às 10:26

O Parlamento Europeu exigiu mais de meio milhão de euros à União Nacional (UN, ex-Frente Nacional), como reembolso de despesas injustificadas, de prendas, a champanhe caro e jantares luxuosos

O Parlamento Europeu reclamou mais de meio milhão de euros ao grupo parlamentar da União Nacional (UN, ex-Frente Nacional), como reembolso de despesas injustificadas: prendas, champanhe caro e jantares luxuosos.

A decisão foi tomada na segunda-feira, com o apoio unânime do órgão da direcção da instituição encarregado de validar as contas dos diferentes grupos políticos, divulgou fonte parlamentar.

O grupo ENL (Europa das Nações e Liberdades), que tinha sido instado, mais uma vez, a justificar-se no final de maio, não vai entregar dinheiro, uma vez que a administração do Parlamento tinha congelado, por precaução, mais de 500 mil euros do orçamento de funcionamento deste grupo para 2018, que se eleva a mais de três milhões de euros.

No Parlamento Europeu, é atribuído aos oito grupos políticos um orçamento anual para os custos de funcionamento.

A Comissão do Parlamento, que é o órgão de validação das contas, é integrada pelo presidente da instituição, agora, o italiano António Tajani, e 14 vice-presidentes, decidem os montantes afectos a cada grupo em função da dimensão deste.

O relatório financeiro do grupo ENL relativo ao ano 2016 não tinha sido validado pela Comissão e uma auditoria externa tinha identificado 477.780 euros de despesas consideradas não admissíveis.

Inadmissibilidade está justificada tanto com a falta de justificativos adequados, ou por "infringirem o princípio da boa gestão financeira" ou "as regras relativas aos mercados públicos".

A respeito de 2017, também terão de ser reembolsados 66.427 euros de despesas consideradas ilegíveis.

Entre as despesas listadas no relatório da auditoria de 2016, que a agência AFP consultou, figuram uma centena de prendas de Natal a mais de 100 euros, cerca de 230 garrafas de champanhe, das quais seis custaram mais de 81 euros, e um jantar de natal para 140 pessoas que custou mais de 13.500 euros.

Também estão mencionadas uma refeição com "industriais" no restaurante parisiense L'Ambroisie, a 449 euros por pessoa, e um outro organizado por razões de "diplomacia" no Ledoyen, perto dos Campos Elísios, para duas pessoas, por 401 euros cada uma.

O semanário Le Canard Enchaîné tinha afirmado que esta última refeição reuniu o dirigente do partido italiano de extrema-direita Liga e actual ministro do Interior Matteo Salvini e a presidente da União Nacional, Marine Le Pen. Esta última, que saiu do Parlamento Europeu para ser deputada em França, contudo, negou tal encontro.

O grupo ENL reúne 35 deputados, dos quais mais de metade são da UN. Integra também eleitos pelo FPO austríaco, pela Liga italiana e do Partido para a Liberdade holandês.

A maior parte das despesas de alimentação injustificadas é atribuída aos eleitos franceses.

Os fundos entregues pelo Parlamento Europeu para o funcionamento dos grupos parlamentares são diferentes dos utilizados pelos eurodeputados para remunerar os seus assistentes parlamentares, que têm valido a vários eurodeputados pedidos de reembolso, devido a empregos considerados fictícios.

Um dos casos foi o de Marine Le Pen, a quem foi exigido o reembolso de 300 mil euros pelo emprego considerado duvidoso de uma assistente, Catherine Griset, quando era eurodeputada.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela