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Milhares de pessoas exigem justiça para Floyd na embaixada dos EUA em Berlim

30 de maio de 2020 às 21:54

Os manifestantes carregavam cartazes alusivos à morte de George Floyd e contra esse novo caso de violência policial sobre um afro-americano.

Cerca de duas mil pessoas juntaram-se este sábado na embaixada dos Estados Unidos (EUA) em Berlim, em protesto pela violência policial contra os afro-americanos e exigindo justiça para George Floyd, morto pela polícia em Minneapolis, Estado do Minnesota.

A ação, convocada espontaneamente através das redes sociais, decorreu sem incidentes e, segundo as fontes policiais berlinenses, respeitando as normas de distanciamento social, impostas pela pandemia da covid-19.

Esta foi a mais numerosa entre as múltiplas concentrações anunciados este sábado na capital alemã, a maioria das quais contra as restrições na via pública devido ao coronavírus, exigindo o levantamento total.

Enquanto essas ações tiveram um eco bastante limitado, a da embaixada norte-americana excedeu as expectativas das forças de segurança de Berlim.

Os manifestantes carregavam cartazes alusivos à morte de Floyd e contra esse novo caso de violência policial sobre um afro-americano.

O futebolista norte-americano Weston Mckennie, que alinha nos alemães do Schalke 04, utilizou hoje uma braçadeira na qual se lia "Justiça para George", durante a partida da I Liga alemã contra o Werder Bremen.

"Ser capaz de utilizar este fórum para chamar a atenção para um problema que está a acontecer há muito tempo é bom. Temos que defender o que acreditamos e já é hora de sermos ouvidos!", escreveu, depois da derrota por 1-0.

Ainda esta manhã, algumas embaixadas dos Estados Unidos no continente africano fizeram declarações críticas, dizendo que ninguém está acima da lei.

O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, condenou o "assassinato" de Floyd e disse, na sexta-feira, que a organização continental rejeita "a continuação das práticas discriminatórias contra os cidadãos negros nos EUA".

Em resposta a uma crítica nas redes sociais, o embaixador norte-americano na República Democrática do Congo, Mike Hammer, disse estar "profundamente perturbado com a morte trágica de George Floyd" e que as "forças de segurança de todo o mundo deveriam ser responsabilizadas", já que "ninguém está acima da lei".

Declarações semelhantes foram publicadas pelas embaixadas dos EUA no Quénia, Uganda e Tanzânia.

Nos últimos três dias, a onda de manifestações nos Estados Unidos já resultou em pilhagens, incêndios de veículos policiais e confrontos com agentes.

Na origem dos protestos está a morte do afro-americano George Floyd, de 46 anos, às mãos da polícia, depois de ter sido detido sob suspeita de ter tentado usar uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) num supermercado de Minneapolis.

Nos vídeos feitos por transeuntes e difundidos 'online', um dos quatro agentes, que participaram na detenção, tem um joelho sobre o pescoço de Floyd, durante vários minutos.

Os quatro foram já despedidos da força policial e o agente Derek Chauvin foi acusado de assassínio e homicídio involuntário.

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