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Mais de 400 feridos retidos na fábrica de Mariupol

Lusa 27 de abril de 2022 às 20:51

Um médico disse à televisão estatal ucraniana que o número de feridos está constantemente a aumentar, porque o "fogo de artilharia, bombardeamentos e disparos de foguetes não param por um momento".

Mais de 400 feridos, civis e militares, encontram-se retidos na fábrica metalúrgica Azovstal na cidade ucraniana de Mariupol, sitiada pelo exército russo, disse hoje um médico do batalhão Azov, do exército da Ucrânia.

REUTERS/Alexander Ermochenko/File Photo

O médico, identificado apenas como Hassan, disse à televisão estatal ucraniana que o número de feridos está constantemente a aumentar, porque o "fogo de artilharia, bombardeamentos e disparos de foguetes não param por um momento".

"Dos feridos, pelo menos um terço, talvez mais, precisa de cuidados urgentes. Alguns morrerão nestas condições, inevitavelmente", disse o médico, segundo a agência espanhola EFE.

A mesma fonte referiu que os militares e civis que permanecem na fábrica Azovstal carecem de equipamento médico e de medicamentos.

Em termos de alimentação, descreveu a situação como "extremamente má", com comida suficiente para uma semana, mas a água potável a poder esgotar-se em quatro dias.

Ao chegar hoje a Kiev, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a prioridade mais imediata no conflito da Ucrânia é criar condições para salvar os civis que se encontram retidos na fábrica da cidade portuária no sudeste da Ucrânia.

Guterres mostrou-se empenhado em garantir as condições para que a ONU, em cooperação com as autoridades russas e ucranianas, possa estabelecer um corredor humanitário que permita a saída de centenas de civis da fábrica, construída em 1930.

"Imaginem centenas de mulheres e crianças, em corredores escuros e sem acesso a nada e no meio de uma guerra. É prioritário conseguir fazer com que possam sair dessas condições", disse Guterres, numa conferência de imprensa improvisada para os jornalistas portugueses presentes em Kiev.

O antigo primeiro-ministro português reuniu-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, na terça-feira, em Moscovo, e será recebido pelo chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, na quinta-feira.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, desencadeando uma guerra que provocou um número de baixas civis e militares ainda por determinar.

A ONU confirmou hoje que pelo menos 2.787 civis morreram e 3.152 ficaram feridos, mas manteve o alerta para a probabilidade de os números serem consideravelmente superiores.

O conflito, que dura há 63 dias, levou mais de 5,3 milhões de pessoas a fugir da Ucrânia, na pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, segundo a ONU.

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