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Juiz brasileiro arquiva segundo inquérito sobre atentado contra Bolsonaro em 2018

17 de junho de 2020 às 08:36

O juiz Bruno Savino atendeu assim a um pedido de arquivamento feito no início do mês pelo Ministério Público, após concluir que Adélio Bispo, autor confesso do atentado, agiu sozinho.

Um juiz brasileiro decidiu na terça-feira arquivar provisoriamente o segundo inquérito que investigava o atentado à faca contra o atual Presidente do país, Jair Bolsonaro, em 2018, na altura ainda candidato presidencial.

O juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Federal em Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais, atendeu assim a um pedido de arquivamento feito no início do mês pelo Ministério Público, após concluir que Adélio Bispo, autor confesso do atentado, agiu sozinho.

"Esgotadas todas as diligências investigativas – à exceção da análise do conteúdo do telemóvel do principal advogado de defesa de Adélio Bispo de Oliveira,(...) acolho a promoção de arquivamento apresentada pelo Ministério Público Federal", indicou o magistrado na decisão, citada pela revista 'online' Conjur, especializada em questões jurídicas.

Contudo, o magistrado frisou que o inquérito poderá ser reaberto, caso surjam novas provas ou sejam autorizadas diligências pendentes, como a perícia dos materiais apreendidos ao advogado Zanone Manuel de Oliveira, que assumiu a defesa de Adélio Bispo logo após o atentado.

A análise dos materiais recolhidos, como telemóvel e vários documentos, depende de decisão do Supremo Tribunal Federal, onde o processo ainda não começou.

No início de junho, o Ministério Público concluiu que o autor do esfaqueamento a Jair Bolsonaro "concebeu, planeou e executou sozinho o atentado", tendo pedido o arquivamento provisório do segundo inquérito que investiga o crime.

Em 06 de setembro de 2018, durante um comício eleitoral em Juiz de Fora, o então candidato presidencial Jair Bolsonaro sofreu um ataque com faca, tendo sido posteriormente submetido a várias cirurgias.

O autor do ataque foi detido no mesmo dia, mas em junho do ano passado a justiça absolveu-o por considerar que tem problemas mentais e a detenção preventiva do autor confesso do ataque foi convertida, em março último, em internamento psiquiátrico por tempo indeterminado.

O primeiro inquérito sobre o caso foi concluído em setembro de 2018, no mesmo mês em que o crime ocorreu. A investigação inicial já havia considerado que Adélio Bispo tinha agido sozinho no momento do ataque e que a motivação teria sido "indubitavelmente política".

O segundo inquérito foi iniciado pela Polícia Federal, para assegurar que não houve a participação de terceiros, como um eventual autor moral do ataque, uma hipótese que foi descartada.

Nesta segunda investigação, todo o material apreendido ao autor do ataque foi analisado novamente, incluindo dois ‘terabytes’ de arquivos de imagens, 350 horas de vídeo, milhares de documentos, fotografias e ‘e-mails’ recebidos e enviados em contas registadas em nome de Adélio Bispo.

A polícia também ouviu dezenas testemunhas, o que resultou na elaboração de 23 autos periciais. Sigilos fiscais, bancários e telefónicos do acusado foram levantados, que foi também alvo de diligências de busca e apreensão.

Desde que assumiu o cargo presidencial, em janeiro de 2019, Bolsonaro teve vários problemas de saúde decorrentes do esfaqueamento, tendo passado por várias cirurgias.

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