Secções
Entrar

Artista que divulgou vídeos sexuais de candidato à câmara de Paris detido

15 de fevereiro de 2020 às 21:24

Imagens foram divulgadas num site registado em nome de Piotr Pavlenski, artista russo refugiado em França, que justificou a iniciativa por querer "denunciar os altos funcionários e representantes políticos que mentem". Foi detido por outro crime.

O artista russo Piotr Pavlenski, que reivindica a divulgação do vídeo de teor sexual que levou à renúncia deBenjamin Griveaux como candidato a presidente da Câmara de Paris, foi este sábado detido por um outro crime, segundo as autoridades.

Griveaux, candidato às eleições autárquicas em Paris pelo movimento A República em Marcha, do presidente francês,Emmanuel Macron, abandonou a corrida na sexta-feira, depois da divulgação de um vídeo com imagens de conteúdo sexual destinadas a uma mulher.

As imagens foram divulgadas num site da Internet registado em nome de Piotr Pavlenski, artista russo refugiado em França, que assumiu a responsabilidade da iniciativa, justificando-a por querer "denunciar os altos funcionários e representantes políticos que mentem aos seus eleitores e impõem à sociedade o puritanismo que eles desprezam".

Hoje, o Ministério Público francês anunciou a sua detenção, no âmbito de uma investigação em que o artista é acusado de violência voluntária com uma arma, durante uma festa na capital francesa, na véspera de Ano Novo, que registou três feridos.

A polícia disse, assim, que a detenção nada tem a ver com a divulgação das imagens de Benjamin Griveaux, já que o candidato não apresentou qualquer queixa até agora, embora o seu advogado tenha dito que o iria fazer.

A divulgação 'on-line' das imagens de conteúdo sexual do ex-candidato e ex-porta-voz do Governo de Macron sem o seu consentimento pode, no entanto, conduzir a um processo judicial com uma pena até dois anos de prisão e multa de 60.000 euros.

Piotr Pavlenski é conhecido pelo seu gosto por provocar e já foi condenado a três anos de prisão, dois de pena suspensa - que terá de cumprir em caso de reincidência - por incendiar uma agência do Banco da França na praça da Bastilha, em Paris, em outubro de 2017, ano em que chegou à França.

Segundo as suas explicações, com essa ação o artista e ativista pretendia denunciar o poder do mundo financeiro.

Na passada sexta-feira, enquanto a campanha eleitoral do município de Paris foi surpreendida com a renúncia de Griveaux, com uma reação de condenação quase unânime da classe política contra a difusão das imagens, Pavlenski reivindicou a autoria da iniciativa de violação da privacidade do candidato.

Em entrevista ao jornal Libération, o artista defendeu a decisão de divulgar no seu 'site' o vídeo em que Griveaux aparece a masturbar-se, alegadamente destinado à sua amante, e apontou a sua "perigosa hipocrisia".

Para Pavlenski, Griveaux é um político "cínico", porque o seu comportamento sexual revelado pela gravação não corresponde à imagem que ele queria dar na campanha, na qual usou a sua mulher para obter votos.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela