Passado, presente e futuro do funaná, melodias do Brasil, eletricidade rock e muita música portuguesa, com vários concertos de apresentação de álbuns novos de cantores e compositores nacionais. Estas são as principais propostas do clube B.Leza, espaço de programação musical do Cais do Sodré, em Lisboa, para os próximos meses.
A agenda de concertos e DJ sets está particularmente preenchida neste ano de 2023, sugerindo um reposicionamento do B.Leza, que parece querer ganhar protagonismo este ano como uma das salas com produção e programação mais vibrante de concertos do país.
Entre as principais novidades agora anunciadas estão concertos dos históricos cabo-verdianosFerro Gaita, um dos grupos mais incontornáveis de funaná e das últimas décadas da música lusófona, agendado para 14 de abril, uma atuação dosFogo Fogo, banda que renova o património dos ritmos cabo-verdianos e que em 2021 editou o álbumFladu Fla, marcada para 28 de abril, e um concerto do brasileiroSessa, cantor e compositor da nova geração da música brasileira que conta já com dois álbuns editados, influenciados pela bossa-nova e pelo tropicalismo:Grandeza, de 2019, eEstrela Acesa, de 2022.
No caso de Sessa, trata-se de um regresso a Portugal e a Lisboa: o músico e cantor fez uma digressão por Portugal no ano passado, tendo atuado em São Miguel, nos Açores (no festival Tremor), em Braga (Theatro Circo), no Porto (Maus Hábitos), na capital do país (Musicbox) e em Setúbal (na Casa das Artes). Agora, Sessa vai regressar com um novo álbum,Estrela Acesa.
Atuação ao vivo de Sessa na rádio norte-americana KEXP
Ainda entre as novidades agora reveladas, conta-se um concerto da banda norte-americana de rockShellac, que atua no B.Leza a 6 de junho, mais de dez anos depois do último concerto em Lisboa.
Os concertos recém-anunciados juntam-se a outras atuações já previamente agendadas e avançadas, que fazem parte da temporada de concertos deste ano do clube B.Leza. Estão previstos concertos deLuca Argel(23 de março),Beatriz Pessoa(20 de abril), Margarida Campelo(11 de maio) e Cave Story (18 de maio), que vão apresentar todos ao vivo, em primeira mão em Lisboa, os seus discos novos (respetivamenteSabina,Prazer Prazer, Supermarket Joy eWide Wall, Tree Tall).
Estão ainda marcadas festas Dancers Delight, com ritmos afro-house, vogue e hip-hop (conduzidas pela performer, coreógrafa e ativista Piny) e atuações da histórica Banda Monte Cara (24 de março), de Marega Ambientes (30 de março) e Lucrecia Dalt (3 de abril), do histórico grupo norte-americano de hip-hopSouls of Mischief(6 de abril) e do rapperOddisee(25 de abril), além de concertos resultantes de convites da banda residente do espaço, a Banda B.Leza, a Arapucagongon (4 de março), Cachupa Psicadélica (11 de março) e Éllah (18 de março).
Com 27 anos de história, e tendo sido um polo de aglutinação em Lisboa de alguns dos principais músicos de países como Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau e São Tomé, o B.Leza procura cada vez mais "expandir-se, de forma plural, aberta e transgeracional, colocando em planos similares a tradição e as novas linguagens contemporâneas, com o desejo de potenciar o diálogo entre várias músicas e danças", lê-se no comunicado enviado à imprensa.
O intuito é, portanto, conciliar cada vez mais os "artistas de culto" com "nomes emergentes", como "um farol para o que de mais irreverente e inovador se tem feito mais recentemente e que seja indicativo das novas expressões" musicais.