O disco, editado em março de 2024, foi aplaudido pela crítica, em particular pela mescla de estilos com base no country, mas não integra qualquer categoria.
São, ao todo, 27 faixas de reconhecida elasticidade, alicerçadas no estilocountry– reconhecido pelo tipo de sonoridade e pelas letras que espelham histórias sobre a vida da classe operária americana – que valeram a Beyoncé a distinção de primeira mulher negra a atingir o primeiro lugar na tabela de Álbums Country daBillboard.
Cowboy Carter, assim batizado, representou uma guinada criativa para a artista texana que assim se posicionou num campeonato até então pouco explorado na sua estética, fazendo crescer a expetativa sobre possíveis prémios. Mesmo que tenha deixado claro, logo à partida, que se tratava de "um disco da Beyoncé" e "não de um disco country".
A expetativa revelou-se infrutífera esta semana quando a Country Music Association, organizadora dos Country Music Awards (CMA), deixou de fora o trabalho da lista de nomeados para a 58.ª edição em todas as categorias.
O projeto, construído com participação de nomes como Dolly Parton, Willie Nelson, Stevie Wonder, Nile Rodgers, Paul McCartney e Pharrell Williams bateu vários recordes, entre eles o de maior estreia de sempre para um álbum de uma mulher negra, com mais de 76 milhões de plays no Spotify a nível global no seu primeiro dia.
Apesar dos números, a relação da artista com a entidade responsável pelo prémio nunca foi fácil. Em 2016, Beyoncé atuou na cerimónia dos 50 anos dos CMA em conjunto com a banda feminina The Chicks (à altura Dixie Chicks). Mais tarde, através das redes sociais, no avanço de Cowboy Carter, fez saber que o disco seria inspirado por uma "má experiência em que tive há uns anos em que não me senti bem-vinda... e ficou bem claro que não era".
Após o anúncio das nomeações, a organização tem vindo a ser alvo de críticas por parte de vários meios de comunicação norte-americanos, que acusam a Country Music Association de "racismo" e "conservadorismo" face a artistas negros.
Agendada para 20 de novembro, a cerimónia terá, na corrida a Melhor Álbum, Deeper Well (Kacey Musgraves), Fathers & Sons (Luke Combs), Higher (Chris Stapleton), Leather (Cody Johnson) e Whitsitt Chapel (Jelly Roll).