Há já muitos anos que Charles Handy ocupa um lugar de honra na literatura dedicada à "gestão". Reparem que a minha definição deste género literário é tão vaga e sofrível quanto podia ser. Mas julgo que o leitor sabe a que me refiro: aquela indústria das letras que combina o entretenimento com o relato da experiência directa, e na primeira pessoa, da vida nas empresas e instituições; que presta culto a títulos populares, e de sabor americano, e está persuadida de que aquela forma de sabedoria tem a dignidade de uma metafísica. A metafísica da gestão. Infelizmente, na maioria dos casos, essa metafísica não pode ser senão qualificada como uma bela charlatanice.